As forças militares de Israel assumiram a autoria do ataque que matou os três filhos e pelo menos três netos de Ismail Haniyeh, autoridade máxima do Hamas, nesta quarta-feira (10/04). Daniel Hagari, porta-voz do exército israelense, confirmou que tiveram como alvo “três agentes militares” no centro de Gaza, incluindo um carro que transportava Amir, Hazem e Mohammad, os três filhos do líder político do grupo palestino.
As informações são da emissora catari Al Jazeera, veículo ao qual Haniyeh contou que seus familiares estavam visitando parentes no campo de refugiados de Shati quando foram bombardeados pelos israelenses. “Brutalidade” foi o termo utilizado pela autoridade ao descrever a situação, reforçando que os líderes do Hamas “não recuarão” se suas famílias e casas forem atacadas por Israel.
“Não há dúvida de que este inimigo criminoso é movido pelo espírito de vingança e pelo espírito de assassinato e derramamento de sangue, e não leva em conta nenhum padrão ou lei”, disse Haniyeh, acrescentando que a “guerra de limpeza étnica e genocídio” já matou 60 membros de sua família desde 7 de outubro de 2023.
Ainda de acordo com o líder do Hamas, o ataque à sua família é uma prova do “fracasso” de Israel, já que o fato não mudará a posição do grupo em relação às negociações do acordo de cessar-fogo sendo trabalhadas no Catar.
“Se eles pensam que atacar meus filhos no auge dessas negociações fará com que o Hamas mude suas posições, eles estão delirando”, disse Haniyeh. “O sangue dos meus filhos não é mais valioso do que o sangue dos filhos do povo palestino (…) Todos os mártires da Palestina são meus filhos”.
Solidariedade a Haniyeh e repúdio a Israel
O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, “ofereceu condolências pelo martírio de vários de seus filhos e netos em um traiçoeiro bombardeio sionista”, informou o Hamas por meio de uma nota publicada pelo Telegram.
Em outra postagem, o grupo disse que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, também prestou suas condolências.
Os houthis do Iêmen, que têm realizado ataques a navios comerciais e militares no Mar Vermelho em solidariedade com os palestinos em Gaza, também lamentaram a morte dos seis familiares de Haniyeh. O grupo considerou a ofensiva como “um ataque agressivo” que revela a extensão do fracasso israelense no território.
“Esses grandes sacrifícios, juntamente com o resto do povo de Gaza e da Cisjordânia ocupada, só fortalecem a firmeza do povo palestino diante dessa arrogância israelense”, disse o porta-voz do grupo, Mohammed Abdulsalam.