O presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi declarou, nesta quarta-feira (14/02), que seu país e a Turquia defendem “um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e a liberação da entrega de ajuda humanitária a seus residentes”.
“O presidente Erdogan e eu concordamos com a necessidade de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e de calma na Cisjordânia para que o processo de paz possa ser retomado o mais rápido possível. Isso conduziria à declaração de um Estado Palestino soberano nos termos de 4 de junho de 1967, tendo Jerusalém Oriental como sua capital, de acordo com as resoluções de legitimidade internacional pertinentes”, disse al-Sisi.
Já o presidente turco Tayyip Erdogan complementou a declaração de seu homólogo egípcio anunciando estar pronto para cooperar com o Egito na reconstrução do território palestino, que é alvo das operações israelenses há mais de quatro meses.
“A situação de Gaza dominou nossas conversas. Damos prioridade a um cessar-fogo urgente e à entrega sem obstáculos de ajuda humanitária. Continuaremos a cooperar e nos solidarizar com nossos irmãos egípcios para pôr fim ao derramamento de sangue em Gaza”, afirmou o líder turco, prometendo que seu país intensificará os esforços em todos os níveis a fim de estabelecer “paz” e “estabilidade” na região.
Os pronunciamentos foram feitos durante uma conferência de imprensa de caráter unificado, no Cairo. Da mesma forma que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, Erdogan também chegou ao Egito nesta semana, marcando sua primeira visita ao país desde 2012.
Reprodução/ Presidência do Egito
Turquia e Egito defendem cessar-fogo imediato em Gaza
Após assinarem uma declaração conjunta sobre a reestruturação das reuniões do Conselho de Cooperação Estratégica de Alto Nível entre os países, que consiste em uma série de acordos comerciais, turísticos e de defesa, Erdogan e al-Sisi revelaram que a crise humanitária em Gaza foi, sobretudo, o assunto prioritário entre as autoridades.
Relações comerciais e alívio de tensões
Durante a conferência de imprensa, Erdogan assegurou endurecer as relações econômicas com o Egito, aumentando o intercâmbio comercial para US$ 15 bilhões nos próximos anos. Além disso, revelou que os dois países estão avaliando a cooperação em energia e defesa.
“Gostaria de destacar a conexão contínua entre nossos povos nesses últimos dez anos. Nossa relação comercial e de investimento teve um crescimento constante”, esclareceu al-Sisi.
As declarações dadas por ambas as autoridades têm teor simbólico, uma vez que as relações entre Turquia e Egito foram rompidas em 2013, depois que o então chefe do exército egípcio, al-Sisi, liderou a deposição de Mohamed Mursi, aliado do governo turco e primeiro presidente democraticamente eleito do Egito.
Nos últimos anos, Erdogan tem procurado alternativas para aliviar as tensões com diversas nações. Entre elas, os Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Israel.
No entanto, desde outubro, as relações com Israel têm se desgastado em decorrência da intensificação das operações militares na Faixa de Gaza, considerada como “crime de guerra” pelo próprio líder turco e que hoje resulta na morte de quase 30 mil palestinos.