A União Europeia (UE) anunciou nesta segunda-feira (22/01) que o bloco está realizando conversas com representantes do governo de Israel e da Autoridade Nacional Palestina (ANP) para tentar reativar uma mesa de diálogo visando defender a solução de dois Estados, com a criação de um Estado Palestino com pleno reconhecimento internacional, como forma de colocar fim ao conflito vigente na região desde 7 de outubro.
A declaração veio à tona horas depois de duas reuniões realizadas nesta mesma segunda, em Bruxelas – capital da Bélgica e do bloco europeu –, na qual estiveram presentes os chanceleres dos 27 países-membros, além do chefe da diplomacia da UE, o catalão Josep Borrell.
O primeiro evento contou também com a participação de Israel Katz, representante do governo de Benjamin Netanyahu.
O segundo encontro teve como convidado Riyad al Maliki, membro da entidade palestina que governa a Cisjordânia, liderada Mahmoud Abbas.
Em coletiva após essas duas reuniões, o chanceler da UE tentou de defender que “a solução de dois Estados é a única forma de resolver de forma permanente o conflito na região”, mas insinuou que as primeiras conversas sobre essa proposta com representantes israelenses e palestinos têm encontrado mais resistência entre as autoridades de Tel Aviv.
“A paz e a estabilidade não podem ser construídas apenas por meios militares. Que outra solução devemos considerar? Fazer todos os palestinos abandonarem Gaza? Matá-los?”, questionou Borrell, ao atender perguntas dos jornalistas em Bruxelas.
O político espanhol garantiu que para a UE “a prioridade é prestar apoio à população de Gaza”, devido à situação humanitária em que se encontra após três meses e meio de bombardeamentos israelitas que causaram grande devastação e deslocações massivas.