As organizações norte-americanas de direitos civis The New York Civil Liberties Union (União das Liberdades Civis de Nova York, definida pela sigla NYCLU) e Palestine Legal (Palestina Legal) entraram com uma ação judicial contra a Universidade Columbia, nesta terça-feira (12/03), pela “suspensão ilegal de seus capítulos envolvendo Students for Justice in Palestine (Estudantes pela Justiça na Palestina, definida pela sigla SJP) e Jewish Voice for Peace (Voz Judaica pela Paz, definida pela sigla JVP) após participarem de protestos pacíficos” defendendo a causa palestina na data referente a 9 de novembro de 2023.
“Estes grupos de estudantes falavam pacificamente sobre um conflito global crítico, apenas para ver a Columbia ignorar as suas próprias regras e suspender os grupos. Isto é uma retaliação, é direcionado, e vai contra os princípios da liberdade de expressão que as universidades deveriam defender”, argumentou a NYCLU, por meio de um comunicado emitido à imprensa. “As universidades devem ser refúgios para debate, discussão e aprendizado robustos, não locais de censura onde gestores esmagam o discurso político do qual não aprovam”.
A ação que foi apresentada na Suprema Corte estadual em Manhattan segue uma carta de 29 de fevereiro encaminhada pela própria NYCLU aos gestores da Columbia que, na ocasião, alertava que a organização tomaria medidas legais se o caso contra SJP e JVP não fosse restabelecido.
“No mês passado, avisamos a Universidade Columbia de que, se eles não conseguissem restabelecer
SJP e JVP após suspendê-los ilegalmente, estávamos preparados para tomar medidas legais. Agora, com Palestine Legal, estamos processando”, lembrou a entidade, em rede social.
Last month, we put Columbia University on notice that if they failed to reinstate @ColumbiaSJP and @ColumbiaJVP after unlawfully suspending them, we were prepared to take legal action.
Now, with @pal_legal, we’re suing.
— NYCLU (@NYCLU) March 12, 2024
Protesto de alunos da Columbia
Na segunda semana de novembro de 2023, centenas de alunos da Universidade Columbia saíram das aulas para participar de um protesto pacífico promovido por uma coalizão de grupos estudantis que, em repúdio aos ataques de Israel contra os palestinos, queriam pressionar Washington para possibilitar um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
No entanto, a renomada instituição educacional tomou uma decisão unilateral ao suspender alunos, especialmente dos grupos SJP e JVP, por considerar o protesto pró-Palestina como um ato “não autorizado”.
O presidente do comitê especial de segurança do campus da Universidade de Columbia, Gerald Rosberg, declarou que essa suspensão se aplicaria pelo semestre de outono.
“Esta decisão foi tomada depois que os dois grupos violaram repetidamente as políticas da Universidade relacionadas à realização de eventos no campus, culminando em um evento não autorizado na tarde de quinta-feira que prosseguiu apesar dos avisos e incluiu retórica ameaçadora e intimidação”, afirmou Rosberg, em comunicado.
Por outro lado, os defensores do ato reforçaram que a manifestação teve caráter pacífico e questionaram estranheza pelo fato de apenas os grupos SJP e JVP terem sido alvos das suspensões da Columbia, sem ao menos a possibilidade de recorrer.