A Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) inicia na próxima semana o treinamento de soldados ucranianos para operar o tanque de combate Leopard 2, em uma base militar na cidade de Münster, no noroeste da Alemanha, segundo a revista alemã Der Spiegel.
A publicação informou que os primeiros militares ucranianos já estão na Alemanha. Parte deles veio da frente de combate próxima à cidade de Bakhmut, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.
A Bundeswehr organizou um programa de treinamento acelerado, de seis a oito semanas, no qual os soldados ucranianos aprenderão os fundamentos para o uso do Leopard 2 e as possibilidades de combinar a sua ação com a dos blindados de infantaria Marder.
O curso acelerado transmitirá apenas o essencial, uma vez que o treinamento para uso dos blindados de combate Leopard 2 dura vários anos. Segundo o plano, os militares ucranianos deverão regressar à frente de combate no final de março, já com a instrução concluída e os tanques de combate.
Peter Steffen/dpa/picture alliance
Treinamento para uso dos blindados de combate Leopard 2 costuma durar vários anos
Apoio militar
Em 25 de janeiro, o governo alemão decidiu enviar à Ucrânia 14 de seus blindados Leopard 2, e mais tanques do mesmo modelo serão fornecidos por outros países aliados.
Além dos Leopard 2, Alemanha, Dinamarca e Holanda formaram uma coalizão para enviar à Ucrânia mais de cem tanques Leopard 1, modelo fabricado a partir de meados dos anos 1960 e já aposentado pela Bundeswehr, mas que ainda estão disponíveis em estoque.
Também em Münster, soldados ucranianos já estão recebendo treinamento para o uso dos blindados de infantaria Marder.
Desde o início da guerra, 1.500 soldados ucranianos já receberam treinamento na Alemanha sobre o uso de sistemas de defesa antiaérea, dos blindados de defesa Marder ou dos morteiros Panzerhaubitze 2000, segundo a Der Spiegel.
O Reino Unido também já iniciou o treinamento de soldados ucranianos no uso de seus tanques de combate Challenger.
A guerra russa contra a Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, sendo 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8 milhões para países europeus, de acordo com dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Pelo menos 17,7 milhões de ucranianos também precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda com alimentos e alojamento.