O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sugeriu ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, marcar uma reunião junto com os líderes dos países latino-americanos para que eles ouçam a mensagem da Ucrânia. Ao mesmo tempo, ele destacou que aceitaria o convite do presidente do Brasil para visitar o país.
“A América Latina é muito importante para mim, o Brasil e outros países também. Sim, eu gostaria “de viajar o Brasil”. Se eu receber um convite, eu irei”, afirmou em entrevista à Globo News.
Zelensky também convidou o presidente brasileiro para atuar como líder regional e reunir outros chefes de Estado para ouvir as mensagens da Ucrânia.
“Se ele (Lula) conseguir reunir outros líderes da América Latina, todos nós podemos nos encontrar no Brasil ou em outro lugar. Isso também ajudará muito o mundo inteiro para que a paz chegue. E a Ucrânia será ouvida e apoiada pelo continente”, disse.
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Zelensky sugeriu a Lula marcar uma reunião junto com líderes dos países latino-americanos
O presidente da Ucrânia afirmou que espera que o Brasil possa contribuir para a solução do “acordo dos grãos” e o envio de ajuda humanitária séria ao país.
As declarações voltadas ao Brasil aparecem em meio à realização da cúpula Rússia-África, em São Petersburgo, que recebe delegações de 49 países e 17 chefes de Estado do continente africano. O evento é visto como uma forma do presidente Vladimir Putin angariar apoio do Sul Global em torno da segurança alimentar. Após se retirar do acordo de grãos, o líder russo prometeu exportar grãos gratuitamente a seis países africanos nos próximos meses.
A relação entre Brasil e Ucrânia passou por estremecimentos com o incômodo do Zelensky com a posição neutra do governo Lula em relação à guerra da Ucrânia. No início de maio, Lula e Zelensky participaram da cúpula do G7, em Hiroshima, mas não conseguiram se reunir bilateralmente. Segundo o presidente brasileiro, Zelensky “não compareceu”.
Ao comentar as declarações de Zelensky sobre uma possível visita ao Brasil, o Itamaraty declarou nesta quinta-feira (27/07) que o presidente ucraniano é “bem-vindo” no país.