O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou neste domingo (25/09) um acordo com os Emirados Árabes Unidos para a compra de gás natural liquefeito (GNL). O comunicado foi feito durante a visita do líder alemão a Abu Dhabi.
O acordo prevê a entrega de 137 mil metros cúbicos do combustível em dezembro, num dos novos terminais de GNL da empresa de energia alemã RWE, localizado próximo de Hamburgo. Novas entregas foram prometidas para 2023.
Apesar do volume relativamente pequeno, Scholz ressaltou que o acordo foi apenas um começo e espera firmar novas parcerias para reduzir os preços de energia. O líder alemão afirmou também que seu país está determinado a nunca mais depender de um único fornecedor de energia.
Segundo autoridades americanas, os Emirados Árabes Unidos possuem a sétima maior reserva de gás natural liquefeito do mundo. O país exporta principalmente para a Ásia.
Novos parceiros
A Alemanha busca alternativas para suprir a demanda energética surgida após a guerra na Ucrânia. Até 2021, a Rússia fornecia 55% do gás utilizado no país. Nos últimos meses, Moscou vem cortando o enviocortando o envio para a Europa em resposta às sanções impostas contra o Kremlin devido à invasão da Ucrânia.
“Com os investimentos que estamos fazendo na Alemanha, que se concretizarão gradualmente no próximo ano, teremos de fato uma infraestrutura de importação de gás que significará deixarmos de estar diretamente dependentes de um fornecedor específico na outra extremidade do gasoduto”, disse Scholz.
Kay Nietfeld/dpa/picture alliance
Scholz diz que a Alemanha está determinada a não depender mais de apenas um fornecedor de energia
O chefe de governo ressaltou ainda a importância de garantir o avanço da produção de GNL no mundo para atender a alta demanda existente sem que haja a necessidade de se recorrer à Rússia.
Viagem controversa
O líder alemão visitou no fim de semana os países do Golfo Pérsico numa tentativa de forjar parcerias energéticas na esperança de substituir os fornecimentos russos e atenuar a crise energética causada relacionada à guerra na Ucrânia.
Em Abu Dhabi, Scholz visitou um parque natural com a ministra de Mudanças Climáticas do país, Mariam al-Mehairi, e se reuniu com o presidente, xeque Mohamed bin Zayed al-Nahyan. Antes dos Emirados Árabes, o chanceler alemão esteve na Arábia Saudita, onde se encontrou com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, acusado de ser o mandante do brutal assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018. A viagem incluiu ainda uma passagem pelo Catar.
A viagem foi criticada por ativistas devido às constantes violações de direitos humanos cometidas pelos futuros parceiros da Alemanha. A busca por fontes energéticas que causam o aquecimento global também é controversa, diante dos planos alemães de se tornar um país neutro em carbono até 2045.