O chanceler russo Sergey Lavrov chamou nesta segunda-feira (04/04) as fotos que mostrariam civis mortos em Bucha, na Ucrânia, de “falsas”, e afirmou que elas teriam sido encenadas para acusar Moscou. Ao mesmo tempo, líderes mundiais disseram que as imagens demonstram que a Rússia teria cometido 'crimes de guerra'.
“Outro dia, outro ataque falso foi realizado na cidade de Bucha, na região de Kiev, depois que os militares russos deixaram a área, de acordo com os planos e acordos alcançados. Um ataque falso foi encenado lá alguns dias depois, e está sendo fomentado em todos os canais e mídias sociais por representantes ucranianos e seus patronos ocidentais”, afirmou Lavrov, segundo a agência russa Tass.
“Em 31 de março, o prefeito [de Bucha] disse solenemente que estava tudo em ordem. E dois dias depois vimos a mesma encenação organizada nas ruas, que agora estão tentando usar para fins antirrussos”, continuou. “Há algumas semanas, houve tentativas de apresentar a situação em uma maternidade em Mariupol como um crime cometido pelos militares russos. Como mais tarde se revelou, as tentativas foram feitas com um propósito flagrantemente provocador, e foram apresentados materiais falsos, que foram expostos”, afirmou o chanceler.
Moscou pediu uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para apurar o acontecido na cidade ucraniana.
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Lavrov disse que imagens de mortos em Bucha foram encenação
Líderes mundiais: 'crime de guerra'
Já a ONU e outros líderes ocidentais pediram uma investigação do ocorrido e classificaram a suposta descoberta como 'crime de guerra'.
“Os relatos que surgem dessa e de outras áreas levantam sérios e inquietantes questionamentos sobre possíveis crimes de guerra, graves violações do direito internacional humanitário e graves violações dos direitos humanos”, disse Bachelet.
Por sua vez, o presidente francês Emmanuel Macron, que tenta no próximo domingo (10/04) sua reeleição no cargo, pediu novas sanções contra Moscou. “O que aconteceu em Bucha exige um novo rol de sanções e medidas claras”, disse, em entrevista à rádio France Inter.
O chanceler alemão Olaf Scholz seguiu a mesma linha e anunciou mais medidas econômicas contra a Rússia, especialmente em relação à importação do gás do país euroasiático. “A morte de civis é um crime de guerra” e “e os crimes das tropas russas devem ser esclarecidos”. “Vamos colocar outras armas à disposição da Ucrânia, para que se defenda da invasão russa”, acrescentou Scholz.