Esta quinta-feira (30/03) marcou o encerramento da Cúpula pela Democracia, encontro realizado por videoconferência por iniciativa do governo de Joe Biden para buscar apoio às narrativas do Ocidente com relação ao atual cenário geopolítico.
O principal fato da jornada foi a declaração final do evento, que não contou com a assinatura do Brasil. A decisão de não aderir ao texto foi baseada em divergências sobre a guerra da Ucrânia e ao viés antirrusso do documento.
Segundo fontes ligadas ao Itamaraty, ouvidas pelo jornal O Globo, o Brasil considera que o âmbito para tratar do conflito são as Nações Unidas, tanto a Assembleia Geral como o Conselho de Segurança [no qual o país é membro rotativo e aspira uma vaga permanente].
Vários chefes de Estado participaram da Cúpula pela Democracia, incluindo o próprio Biden e o ucraniano Volodymyr Zelensky.
Embaixada dos Estados Unidos no Chile
Encontro por videoconferência e comandado pelo presidente norte-americano Joe Biden não contou com a participação de Lula
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, não se apresentou, devido ao seu estado de saúde – o mesmo que o obrigou a adiar sua viagem à China.
Entretanto, o mandatário enviou uma carta para justificar sua ausência. Nela, ele diz que “a defesa da democracia não pode ser utilizada para erguer muros nem criar divisões”, declaração que, tendo em vista a decisão desta quinta, parecia antecipar a posição do Brasil com respeito à declaração final.
“Atravessamos um momento de ameaça de uma nova guerra fria e da inevitabilidade de um conflito armado. Todos sabem os custos que a primeira guerra teve em gastos com armas em detrimento de investimentos sociais (…) Defender a democracia é lutar pela paz. O diálogo político é o melhor caminho para a construção de consensos”, acrescenta a carta de Lula.
A ausência de Lula não foi a única entre os mandatários latino-americanos. Tampouco participaram do evento os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, da Colômbia, Gustavo Petro, e do Chile, Gabriel Boric [este último foi a maior surpresa, já que vinha se posicionando a favor da Ucrânia com alguma frequência].
(*) Com informações de Sputnik Brasil e O Globo