O governo da China acusou nesta quarta-feira (09/03) os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de serem as “responsáveis” pela invasão da Rússia na Ucrânia, em ataque iniciado no dia 24 de fevereiro.
“A questão ucraniana é muito clara. Foram as ações da Otan, guiada pelos EUA, que gradualmente levaram até o conflito Rússia-Ucrânia”, declarou Zhao Lijian, um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores.
O representante chinês acrescentou ainda que “os EUA acusam a China por conta de sua posição sobre o caso”, “ignorando as próprias responsabilidades”, para tentar suprimir China e Rússia da disputa por hegemonia.
Em sua coletiva diária, Zhao ainda afirmou que os norte-americanos “precisam levar a sério” seu país “para evitar minar os seus direitos e interesses na gestão da situação na Ucrânia e na ligação com a Rússia”.
Ele também acusou Washington de divulgar “informações falsas e calúnias” contra os chineses e os russos, e destacou que “cada vez mais, a comunidade internacional verá claramente os numerosos déficits em sua conta de créditos”.
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Porta-voz da chancelaria chinesa disse ainda que EUA tentam suprimir China e Rússia para manter sua própria hegemonia
O discurso do porta-voz altera a postura de neutralidade chinesa sobre os conflitos. Nesta terça-feira (08/03), o presidente do país, Xi Jinping, voltou a defender “a soberania e a integridade territorial de cada país” dizendo que entende a preocupação “com a segurança” da Rússia.
Doação para a Ucrânia
Zhao também anunciou que a China, por meio da Cruz Vermelha local, enviará assistência humanitária para a Ucrânia no valor de 5 milhões de yuans (cerca de R$ 4 milhões).
O montante será usado para “apoiar as necessidades cotidianas” da população ucraniana. Até o momento, de acordo com dados das Nações Unidas, há entre 2,1 e 2,2 milhões de cidadãos do país que precisaram fugir por conta dos ataques feitos pela Rússia.
Mas, grande parte da população de 44 milhões de pessoas ainda permanece no território e há uma grave crise de desabastecimento em muitas cidades do país.
(*) Com Ansa.