O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse na terça-feira (09/03) que seu país reagirá de forma “firme” e “contundente” se os Estados Unidos decidirem impor sanções contra empresas e cidadãos ou prejudicar os interesses chineses.
“Os EUA não devem impor sanções a empresas e indivíduos chineses ou prejudicar os direitos e interesses legítimos da China em lidar com suas relações com a Rússia. Caso contrário, a China dará uma resposta firme e contundente” a tais medidas”, declarou Zhao.
No Twitter, o porta-voz escreveu que o país fará tudo o que for necessário para salvaguardar resolutamente os direitos e interesses legítimos das empresas e indivíduos chineses”.
As declarações fazem referência às sanções impostas pela União Europeia e pelos Estados Unidos contra a Rússia e foram feitas depois que o país norte-americano afirmou que a China não podia se manter neutra no conflito.
Ainda nesta terça-feira, a China acusou os EUA e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de levarem o leste europeu ao conflito.
“A questão ucraniana é muito clara. Foram as ações da Otan, guiada pelos EUA, que gradualmente levaram até o conflito Rússia-Ucrânia”, disse o porta-voz mais cedo nesta quarta.
Sobre as sanções, Zhao afirmou que elas “nunca são meios eficazes para resolver qualquer problema” e que o país chinês “se opõe firmemente a todas as formas de sanções unilaterais e jurisdição de braço longo dos EUA''.
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Declaração foi feita depois que EUA disseram que o país asiático não poderia se manter neutra no conflito
A China avisou ainda que os EUA devem “levar a sério as preocupações” do país e “não devem prejudicar os direitos e interesses chineses de forma alguma” ao lidar com a questão da Ucrânia e as relações com a Rússia .
EUA: neutralidade não é opção
Por sua vez, a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland, disse na última terça-feira (08/03) que os países ocidentais estão tentando convencer as autoridades chinesas de que a neutralidade não é uma opção na situação em torno da Ucrânia.
A representante disse ainda que o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron, mantiveram conversações com o líder chinês, Xi Jinping, para sublinhar que não era possível se manter neutro no conflito ucraniano, por ser uma “violação do direito internacional humanitário e uma violação da soberania”.
A secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, afirmou que seu país pode proibir o uso de seus equipamentos e 'software' por empresas chinesas que decidam ignorar as sanções impostas contra a Rússia.
Raimondo disse durante uma entrevista ao The New York Times que as autoridades dos EUA podem “basicamente fechar” a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC) e outras empresas se continuarem a fornecer chips e outras tecnologias avançadas para a Rússia.
(*) Com Ansa e RT en Espanhol.