A China negou nesta segunda-feira (20/02) que esteja estudando fornecer armas à Rússia para apoiar a sua ofensiva na Ucrânia, como alegou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, no fim de semana. O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, faz uma visita a Moscou, nesta segunda, para negociações sobre um possível plano de paz na Ucrânia, segundo a imprensa russa.
“O objetivo desta visita é fortalecer o papel de Pequim na resolução da questão ucraniana”, escreve o jornal Kommersant, que revelou o encontro do ministro chinês com as autoridades russas.
Na conferência anual de segurança de Munique, no fim de semana, Wang Yi reiterou o apelo ao diálogo e convidou os países europeus a “pensar com calma” em como acabar com a guerra na Ucrânia. Sem citar nomes, ele denunciou “certas forças que, aparentemente, não querem que as negociações sejam bem-sucedidas ou que a guerra termine rapidamente”.
China acusa EUA de espalhar informações falsas
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, disse que a China “não admite que os EUA critiquem as relações entre Pequim e Moscou, muito menos que exerçam pressão e coerção”, acusando Washington de “espalhar informações falsas”.
“Pedimos aos Estados Unidos que reflitam seriamente sobre suas próprias ações e façam mais para acalmar a situação, promover a paz e o diálogo, parem de culpar os outros e espalhar informações falsas”, disse o porta-voz chinês, nesta segunda-feira.
“A posição da China no caso da Ucrânia pode ser resumida em uma frase, que é encorajar a paz e promover o diálogo”, insistiu. “São os Estados Unidos e não a China que constantemente enviam armas para o campo de batalha”, acrescentou.
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Wang Yi reitero apelo ao diálogo e convidou os países europeus a ‘pensar com calma’
No domingo, depois de se encontrar com o ministro das Relações Exteriores da China, o secretário de Estado americano alertou que Pequim estava considerando fornecer armas à Rússia.
“Conversamos sobre a guerra liderada pela Rússia e as preocupações que temos de que a China esteja planejando fornecer apoio letal à Rússia”, disse Blinken à emissora americana CBS. Questionado sobre o que isso implicaria concretamente, o chefe da diplomacia americana respondeu: “Principalmente armas”.
Blinken alertou sobre “implicações e consequências” para a China se for descoberto que o país está fornecendo “apoio material” à Rússia para a guerra na Ucrânia ou ajudando Moscou a escapar das sanções ocidentais, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price.
Nesta segunda-feira, o chefe da diplomacia europeia, Joseph Borrell, advertiu que o fornecimento de armas da China à Russia é um limite para o bloco que não deve ser ultrapassado.
Presente em Munique no sábado, a vice-presidente americana, Kamala Harris, também questionou a neutralidade demonstrada pela China. Os Estados Unidos estão “preocupados com o fato de Pequim ter aprofundado suas relações com Moscou desde o início da guerra”, sublinhou ela.
“Qualquer movimento da China para fornecer apoio letal à Rússia apenas recompensaria a agressão, continuaria a matança e minaria ainda mais uma ordem baseada em regras”, alertou a vice-presidente dos EUA.