Sexta-feira, 18 de julho de 2025
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O governo da China voltou a cobrar nesta quarta-feira (06/04) que os Estados Unidos e líderes europeus retirem as sanções impostas contra a Rússia para conseguir resolver a “crise” na Ucrânia.

“Se os EUA estão interessados com sinceridade em resolver a crise na Ucrânia, precisam parar de agitar o bastão das sanções. Se eles esperam sinceramente que podem ajudar a escalada da situação na Ucrânia, precisam parar de jogar gasolina no fogo, impor sanções e fazer atos coercitivos. Os Estados Unidos conseguem lucrar no caos e as sanções não trazem paz e segurança”, disse um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, em sua coletiva diária.

Desde o começo da guerra, Pequim mantêm uma postura de “neutralidade” em votações nas Nações Unidas, se abstendo de resoluções que culpem Moscou pela invasão. 

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Ainda na coletiva, o porta-voz também não poupou críticas aos europeus, especialmente, às lideranças da União Europeia na gestão conflito e nas relações bilaterais.

“Aquilo que o funcionário da União Europeia afirmou não é coerente com os fatos. O funcionário deve promover as relações bilaterais com base no consenso obtido na reunião ao invés de fazer observações irresponsáveis”, falou Zhao sobre o alto representante para a Política Externa, Josep Borrell, que disse que a reunião entre chineses e europeus na última semana foi um “diálogo entre surdos” por conta da visão “diferente” sobre a guerra na Ucrânia.

Em outro ponto de defesa do discurso dos russos, Zhao falou sobre os incidentes na cidade de Bucha, localidade que fica a cerca de 25 quilômetros de Kiev, e que foi retomada pelos ucranianos durante o último fim de semana. Nas imagens divulgadas pelo exército da Ucrânia, corpos de civis foram vistos pelas ruas e valas comuns foram encontradas em parques.

Porta-voz da chancelaria chinesa acusou que EUA e União Europeia precisam 'parar de jogar gasolina no fogo' em relação ao conflito

Wikimedia Commons

Zhao Lijian afirmou que as ‘questões humanitárias não devem ser politizadas’

Para Kiev, as imagens mostram a barbaridade da invasão dos russos. Já Moscou diz que quem matou os civis foram os ucranianos e que as imagens foram forjadas.

Segundo o representante do Ministério das Relações Exteriores, é preciso que “todas as partes exercitem a moderação até que não sejam divulgados os resultados da investigação” sobre as atrocidades.

“A verdade precisa ser apresentada e qualquer acusação deve ser feita sobre fatos. Pequim atribui grande importância à situação humanitária na Ucrânia e está extremamente preocupada pelas consequências sobre os civis. Os relatos e as imagens sobre a morte deles em Bucha são muito inquietantes”, pontuou ainda.

Zhao afirmou que as “questões humanitárias não devem ser politizadas” e que a China “apoia todas as iniciativas para aliviar a crise humanitária na Ucrânia e está disposta a colaborar com a comunidade internacional para evitar danos aos civis”.

Os europeus – incluindo o Reino Unido – e os norte-americanos buscam pressionar os chineses para que exerçam sua influência em Moscou para fazer com que os russos terminem com a ofensiva.

(*) Com Ansa.