A Dinamarca decidiu interromper a investigação sobre as explosões nos gasodutos Nord Stream porque os resultados levaram aos aliados mais próximos do país, denunciou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta segunda-feira (26/02).
A declaração do representante russo veio algumas horas após a Polícia de Copenhague anunciar sua decisão de interromper a investigação sobre as explosões nos tubos de transporte de gás russo no país em meio ao conflito na Ucrânia.
As autoridades dinamarquesas respaldaram sua decisão explicando que “não existem motivos suficientes para prosseguir com um processo criminal” sobre o caso.
“Levando em consideração vários vazamentos de informação e o conjunto de fatos que se tornaram conhecidos no decorrer desta investigação, é óbvio que tudo está bastante claro e que esta investigação simplesmente levou [a Dinamarca] aos seus aliados mais próximos”, disse Peskov.
Segundo o porta-voz, nas fases iniciais das investigações, a Rússia solicitou informações à Dinamarca, mas recebeu recusas, acrescentando que Moscou ainda não consegue obter informações sobre a explosão.
“É claro que a situação é quase absurda. Por um lado, há o reconhecimento de que está ocorrendo sabotagem deliberada e, por outro lado, não há mais progressos”, acrescentou.
Wikicommons
remlin demanda que investigação seja transparente e que culpados sejam conhecidos e punidos
Relembre o caso
Em 26 de setembro de 2022, três das quatro linhas dos gasodutos russos Nord Stream 1 e 2 foram alvo de sabotagem com cargas explosivas no fundo do mar Báltico, perto de uma ilha dinamarquesa, na costa sueca, áreas sob o controle da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
A Alemanha, a Dinamarca e a Suécia recusaram-se a investigar a sabotagem em conjunto com a Rússia, assim como se recusaram a compartilhar os resultados das investigações.
O Kremlin demanda desde então que a investigação ao ataque seja transparente e que os culpados sejam conhecidos e punidos.
(*) Com Spuntiknews