Delegações de Finlândia e Suécia chegarão à Turquia nesta quarta-feira (25/05) para discutir o pedido de adesão dos dois países escandinavos à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
O objetivo da missão é tentar derrubar as objeções de Ancara à entrada de Helsinque e Estocolmo na aliança militar euro-atlântica.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusa as duas nações europeias de dar refúgio a supostos “terroristas” do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), movimento que luta pela criação de um Estado curdo.
Para entrar na Otan, Finlândia e Suécia precisarão da aprovação unânime dos Estados-membros, o que é o caso da Turquia desde 1952.
Todos os outros países pertencentes ao bloco militar estariam prontos para apoiar a adesão, mas o país turco, no entanto, se opôs ao fazer exigências e também devido a divergências com as duas nações nórdicos.
Finlândia e Suécia mantinham uma histórica política de neutralidade militar entre o Ocidente e Moscou, porém abandonaram essa estratégia depois da ofensiva russa à Ucrânia, que não faz parte da Otan.
Erdogan/Twitter
Presidente turco se opôs à adesão da Finlandia e da Suécia ao bloco militar Otan
Os dois países devem participar da próxima reunião da aliança, em Madri, no fim de junho, mesmo com o processo de adesão ainda em andamento.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, já disse que não considera a entrada de Finlândia e Suécia na Otan como uma “ameaça”, porém alertou que a resposta de Moscou dependerá da presença militar da organização nos dois países.
Neutralidade da Turquia
A Turquia mantém uma posição neutra no conflito sem participar dos exercícios militares da Otan. No entanto, o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, assegurou que o país entraria em ação caso qualquer aliado da Otan fosse atacado.
“A posição da Otan é clara. Não entrarem na guerra da Ucrânia, mas responderemos se se produz o mais mínimo ataque a qualquer aliado”, afirmou em coletiva de imprensa em 10 de maio, um domingo.
A Turquia se negou a emitir sanções contra a Rússia, no entanto já enviou drones Bayraktar para os ucranianos.
(*) Com Ansa.