A Ucrânia disse na sexta-feira (01/09) que realizou um ataque de drones esta semana contra um aeroporto na Rússia, a partir de território russo. A informação foi divulgada no mesmo dia da volta às aulas nas escolas ucranianas, que, na capital Kiev, foi perturbada por ameaças de bomba contra as escolas.
Os ataques de drones atribuídos à Ucrânia e que têm como alvo Moscou e outras cidades russas têm sido quase diários há vários meses, enquanto as forças russas continuam com os bombardeamentos massivos contra cidades ucranianas.
Durante a noite de terça (29/08) para quarta-feira (29/08), drones ucranianos atacaram o aeroporto de Pskov, uma cidade russa localizada perto da fronteira da Estônia, Letônia e Bielorrússia, a quase 700 km da Ucrânia.
“Os drones usados para atacar a base aérea de Kresty em Pskov foram lançados de dentro da Rússia”, garantiu o chefe da inteligência militar ucraniana Kyrylo Budanov no Telegram.
Esta é a primeira vez que Kiev admite operar dentro do território russo, onde ocorreram não apenas múltiplos ataques de drones, mas também alegados atos de sabotagem, além de incursões armadas de combatentes russos pró-ucranianos. “Estamos operando a partir do território da Rússia”, insistiu Budanov, em entrevista à publicação The War Zone.
Na entrevista, o oficial militar não quis dizer se o ataque a Pskov foi realizado por seus homens ou por russos agindo em nome dos ucranianos.
Presidência Ucrânia
Volodymyr Zelensky e militares de linha de frente das Forças Armadas da Ucrânia
O Kremlin recusou-se a comentar esta afirmação, com o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, afirmando que era “uma prerrogativa dos nossos militares”.
Aumento de ataques na Rússia
Os comentários de Budanov ocorrem num momento em que há muita especulação sobre o aumento de ataques da Ucrânia, através de drones, na Rússia.
Na quinta-feira (31/08), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, celebrou o fato de seu país ter atingido alvos a 700 km de distância, sem mencionar casos específicos como o de Pskov. “O objetivo é chegar ainda mais longe”, afirmou.
A Ucrânia procura levar o conflito ao país vizinho, num momento em que está envolvida numa contraofensiva muito difícil para libertar as áreas ocupadas no leste e no sul do seu território. O progresso até agora tem sido limitado, mas Kiev disse esta semana que espera um avanço na frente sul em breve, após a libertação da localidade de Robotyne.
Volta às aulas sob ameaça
Esta sexta-feira também é, na Ucrânia e na Rússia, o dia do início do ano letivo.
Mas a volta às aulas foi perturbada em Kiev, onde a polícia relatou ameaças de bomba contra estabelecimentos escolares na capital ucraniana.
As forças de ordem informaram que as ameaças seriam inspecionadas, mas não seriam realizadas evacuações generalizadas.
“Recebemos informações sobre a presença de bombas nas escolas de Kiev (…) Todos os estabelecimentos de ensino são controlados pelas forças da polícia” da capital, informou no Telegram. Quatro milhões de alunos são esperados nas escolas.