Moscou reagiu na manhã desta quinta-feira (26/01) à decisão do Estados Unidos de enviar 31 tanques Abrams à Ucrânia para ajudar o país a combater a invasão russa, após o sinal verde da Alemanha para também enviar tanques a Kiev. Uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas após mais um ataque russo, nesta manhã, informou o prefeito da capital, Vitali Klitschko.
“Recebemos informações de um morto e dois feridos” no bairro de Golosiivsky, zona sul da capital, escreveu Klitschko no Telegram. Os militares informaram que a morte foi causada pela queda de fragmentos de um míssil que havia sido abatido.
As sirenes de alerta soaram em todo o país na manhã desta quinta-feira. Mais de 15 mísseis russos foram interceptados em Kiev, segundo as autoridades locais. Várias outras cidades anunciaram ter sido alvo de bombardeios, na região central, noroeste e sul da Ucrânia.
Locais de produção e distribuição de energia elétrica perto de Odessa, no sul, também foram atingidos por mísseis. “Duas infraestruturas cruciais de energia na região de Odessa foram danificadas”, disse o chefe da administração militar do distrito de Odessa, em um comunicado. O ataque não causou feridos, completou ele, pedindo aos habitantes da cidade que permanecessem nos abrigos.
Ao que tudo indica, os ataques são uma resposta da Rússia ao anúncio do envio de tanques de guerra por parte dos países ocidentais. Durante a noite, mais de 24 drones russos já haviam sido interceptados pela defesa antiaérea ucraniana. Quinze desses drones foram destruídos na região de Kiev, sem que nenhum dano tenha sido relatado.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, lidera desde outubro uma campanha de bombardeio visando as infraestruturas estratégicas do país.
U.S. Navy
Estados Unidos enviou 31 tanques Abrams à Ucrânia
Ucrânia à espera dos tanques
A Ucrânia espera receber os tanques pesados prometidos pela Alemanha e pelos Estados Unidos o mais rápido possível, já que a medida é considerada crucial por Kiev, diante da ofensiva russa. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saudou a decisão dos ocidentais, exigindo, também, mísseis de longo alcance e caças.
Após semanas de hesitação, Washington anunciou o envio de dezenas de tanques Abrams, enquanto o chanceler alemão, Olaf Scholz, prometeu tanques Leopard 2, veículos blindados que Kiev vem pedindo há muito tempo para lidar com o rolo compressor russo. “Esta não é uma ameaça ofensiva contra a Rússia”, esclareceu, no entanto, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na quarta-feira.
No prazo imediato, “a chave agora é a velocidade e o volume” das entregas de tanques, disse Zelensky. A entrega desses tanques é “um passo importante para a vitória final”, acrescentou o presidente ucraniano, na noite de quarta-feira, em seu discurso diário. “Hoje o mundo livre está unido como nunca antes com um objetivo comum: a libertação da Ucrânia”, insistiu.
Zelensky ainda instou um representante sênior das Nações Unidas para ajudar a encontrar uma solução contra a deportação forçada para a Rússia de milhares de adultos e crianças, que Kiev denuncia como uma grave consequência da guerra desencadeada por Moscou. “Estes são nossos adultos, estas são nossas crianças. Um mecanismo é necessário para protegê-los e trazê-los de volta”, disse Zelensky. “Eu tenho certeza de que as instituições da ONU podem mostrar sua liderança para resolver esta questão”, completou.
Kiev denuncia deportações em massa de ucranianos para a Rússia, fato que Moscou nega.