Os líderes dos 27 países da União Europeia se reúnem entre os dias 23 e 24 de junho, quinta e sexta-feira, em Bruxelas, para conceder o status de candidata à Ucrânia, que pediu sua entrada ao bloco após a ofensiva militar promovida pela Rússia.
A Comissão Europeia, poder Executivo da UE, já recomendou o início formal do processo de adesão, mas a decisão final cabe ao Conselho Europeu.
“É um momento decisivo para a União Europeia, estou confiante que hoje daremos o status de candidata à Ucrânia e à Moldávia e expressaremos uma forte perspectiva europeia para a Geórgia”, disse o presidente do órgão, Charles Michel, antes do início da reunião dos líderes.
A concessão do status de candidato precisa da aprovação unânime dos 27 Estados-membros, mas, ao menos publicamente, nenhum país expressou contrariedade. Essa etapa, no entanto, é mais simbólica do que prática, e representantes da UE já deixaram claro que a Ucrânia não terá atalhos para entrar no bloco.
O processo de adesão é longo e complexo e exige do candidato a implantação de uma série de reformas políticas e econômicas e a adequação às legislações europeias em todos os âmbitos, incluindo regras sanitárias, regime fiscal, licitações públicas, liberdade de imprensa e independência do poder Judiciário.
Prova disso são os outros cinco países que já têm o status de candidato, mas ainda não ingressaram na União Europeia: Albânia, Macedônia do Norte, Montenegro, Sérvia e Turquia.
Áustria, Finlândia e Suécia detêm hoje o recorde de velocidade no processo de adesão à UE: 1.431 dias, ou seja, quase quatro anos. Já o membro mais recente da UE, a Croácia, apresentou sua candidatura em 2003 e só entrou no bloco em 2013.
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Líderes dos 27 países da União Europeia se reúnem entre esta quinta (23/06) e sexta-feira (24/06), em Bruxelas
Bálcãs
A ampliação da União Europeia nos Bálcãs também é tema da reunião de líderes nesta quinta-feira, e a Grécia propôs que o Conselho Europeu estabeleça como prazo para a adesão dos países da região o ano de 2033, o que dá a medida da complexidade desse processo.
A própria Grécia bloqueou durante anos qualquer avanço nas negociações com a Macedônia do Norte por conta da disputa sobre o nome do país balcânico, que só foi resolvida em 2019. Ainda assim, a capital Skopje enfrenta a oposição da Bulgária.
Como a Albânia tem seu processo de adesão ligado ao da Macedônia do Norte, suas negociações com a UE também estão travadas.
“É uma vergonha que um país da Otan, a Bulgária, mantenha como reféns outros dois países da Otan, a Macedônia do Norte e a Albânia, em plena guerra no quintal de casa e que outros 26 países fiquem parados e impotentes”, reclamou nesta quinta o premiê albanês, Edi Rama, ao chegar em Bruxelas para uma reunião sobre a expansão do bloco nos Bálcãs Ocidentais.
Já o alto representante da UE para Política Externa, Josep Borrell, criticou o princípio de unanimidade que norteia as decisões do Conselho Europeu.
“Hoje deveríamos lançar as negociações com Albânia e Macedônia do Norte, então não posso esconder meu desprazer. Ainda há esperança, mas as coisas não parecem caminhar bem. Precisamos tentar resolver a situação, e isso mostra que a unanimidade é um problema, não dá para seguir em frente com um país que bloqueia tudo”, disse.
(*) Com Ansa.