O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez declarações sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia nesta quinta-feira (24/02), afirmando que a escalada de tensão poderia ter sido evitada se a Organização das Nações Unidas (ONU) “tivesse mais representatividade e força”, não se limitando a ser uma “instituição decorativa”.
“É lamentável que na segunda década do século XXI a gente tenha países tentando resolver suas divergências, sejam territoriais, políticas, ou comerciais, através de bombas, tiros e ataques, quando deveria ter sido resolvido em uma mesa de negociação”, declarou o ex-mandatário citado pelo jornal Folha de São Paulo.
Nas redes sociais, Lula adotou a mesma linha, afirmando que a guerra “só leva à destruição, desespero e fome”. “O ser humano tem que criar juízo e resolver suas divergências em uma mesa de negociação, não em campos de batalha”, destacou.
O ex-presidente também afirmou que “ninguém pode concordar com a guerra”, mas que algumas potências fazem isso sem “pedir licença”.
“Foi assim que os Estados Unidos invadiram o Afeganistão, o Iraque, sem pedir licença para ninguém. Foi assim que a França e a Inglaterra invadiram a Líbia. E é assim que a Rússia está fazendo com a Ucrânia”, declarou.
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Lula opinou que países como EUA, França e Inglaterra fazem guerra ‘sem pedir licença’
Rússia inicia operação na Ucrânia
Nesta quinta-feira (24/02), Vladimir Putin, presidente russo, anunciou a decisão de iniciar uma operação especial na Ucrânia. Durante seu discurso, o mandatário solicitou ao povo russo que atue junto à região separatista Donbass, cuja população pediu, segundo ele, “ajuda à Rússia”.
Putin destacou que toda a responsabilidade pelo conflito recairá sobre o governo da Ucrânia, e instou os militares ucranianos a não cumprir as “ordens criminosas” das autoridades do país, entregar as armas e regressar para casa.
Ele afirmou ainda que a operação tem objetivo de “desmilitarizar” e “desnazificar” o país vizinho.
O Ministério da Defesa da Rússia relatou que as Forças Armadas russas não estão realizando ataques de mísseis, aviação ou artilharia contra as cidades ucranianas, e que não há perigo contra civis, uma vez que os alvos são plataformas militares. A pasta disse ainda que armas de alta precisão estão sendo utilizadas para desativar a infraestrutura militar, sistemas de defesa antiaérea, aeródromos militares e a aviação da Ucrânia.
(*) Com Ansa e SputnikNews.