A barragem hidrelétrica de Kakhovka, que fica nas áreas ocupadas pelos russos na região de Kherson, no sul da Ucrânia, foi atacada nesta terça-feira (06/06). A explosão destruiu parcialmente a barragem, colocando em risco milhares de pessoas e gerando acusações mútuas entre Kiev e Moscou.
A dinâmica exata do incidente ainda não é clara, mas a explosão abriu um buraco na barragem de Kakhovka, no rio Dnipro, na província de Kherson.
No fim da manhã, diversas ruas de Nova Kakhovka, cidade mais perto da represa, já haviam sido tomadas pela água, que também pode chegar a municípios limítrofes. Centenas de pessoas já foram evacuadas.
O governo da Rússia afirmou que a barragem foi “parcialmente destruída por bombardeios ucranianos” para prejudicar o abastecimento na Crimeia, enquanto o governador de Kherson, Vladimir Saldo, acusou Kiev de querer “distrair a atenção dos terríveis fracassos da dita contraofensiva”.
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Barragem hidrelétrica fornece água para o resfriamento dos reatores na usina nuclear de Zaporizhzhia
Já a Ucrânia acusa a Rússia de ter explodido parte da barragem de propósito para impedir que suas tropas atravessem o rio Dnipro e definiu o episódio como “ecocídio”.
“A destruição da barragem da central hidrelétrica de Kakhovka confirma para o mundo todo que os terroristas russos devem ser expulsos de cada canto do território ucraniano”, disse o presidente Volodymyr Zelensky, que convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, definiu a explosão como um “ato ultrajante que demonstra mais uma vez a brutalidade da guerra da Rússia na Ucrânia”.
Herança da era soviética, a barragem de Kakhovka foi tomada pela Rússia logo no início da guerra e fornece água para o resfriamento dos reatores na usina nuclear de Zaporizhzhia, que também está sob controle de Moscou.
Até o momento, no entanto, a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) descartou riscos imediatos para a planta.
(*) Com Ansa.