O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, disse nesta quarta-feira (16/11) que “não há indícios” de que a Rússia tenha conduzido um “ataque deliberado” contra a Polônia, onde duas pessoas morreram na explosão de um míssil na última terça (15/11).
A declaração chega em meio às crescentes suspeitas de que o projétil tenha sido lançado por sistemas de defesa antiaérea da Ucrânia, empenhados em conter um bombardeio promovido por Moscou.
“As investigações estão em curso, precisamos esperar seu resultado, mas não temos indícios de que as explosões sejam fruto de um ataque deliberado e não temos indícios de que a Rússia esteja preparando um ataque à Otan”, disse Stoltenberg.
Segundo o secretário-geral, análises preliminares apontam que o incidente foi provocado por um “míssil de defesa antiaérea ucraniano”. Ainda assim, o líder da Otan isentou Kiev de culpa.
“Essa é a demonstração de que a guerra de Putin cria situações perigosas”, acrescentou Stoltenberg, que, por outro lado, descartou instituir uma zona de exclusão aérea sobre o território ucraniano.
Flickr
Moscou negou envolvimento na explosão que aconteceu nesta terça entre a Polônia e Ucrânia
O governo polonês chegou a dizer que o míssil tinha “fabricação russa”, porém o próprio presidente Andrzej Duda afirmou nesta quarta que “não há provas inequívocas” sobre a origem do projétil nem de que tenha sido um “ataque” ao país. “Foi provavelmente um incidente infeliz”, ressaltou.
Varsóvia também não ativou o artigo 4 do tratado da Otan, que diz que as partes se consultarão sempre que a integridade territorial de alguma delas estiver ameaçada. Já a Rússia alega que a explosão na Polônia foi uma “provocação” da Ucrânia.
Mísseis na fronteira entre Polônia e Ucrânia
Dois mísseis explodiram na noite desta terça na região de Przewodow, na Polônia, perto da fronteira com a Ucrânia. O fato causou a morte de pelo menos duas pessoas.
Apesar da repercussão em alguns meios de comunicação ocidentais apontarem que a Rússia teria sido a responsável por disparar os mísseis, o governo de Moscou negou qualquer envolvimento no caso.
(*) Com Ansa.