O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, confirmou na última segunda-feira (29/11) que a aliança está “de portas abertas” para os ucranianos, mas que tem como “foco principal” o fornecimento de ajuda ao país em meio a guerra contra a Rússia.
“Reconhecemos e respeitamos as aspirações de adesão da Ucrânia. Todavia, o nosso objetivo agora é fornecer um apoio imediato à defesa da agressão russa. Com a Ucrânia estamos ainda discutindo como reforçar nossa parceria política”, acrescentou Stoltenberg.
A declaração foi dada na reunião da organização, também na segunda-feira, em Bucareste, na Romênia. Segundo o secretário-geral, já no passado “demonstramos que as portas estão abertas” para a entrada dos ucranianos, mas “nosso foco principal no momento é fornecer ajuda urgente e necessária para que eles se defendam e consertem as infraestruturas energéticas”.
O encontro também contou com a presença do chanceler de Kiev, Dimitro Kuleba, que pediu mais ajuda militar aos países, como o envio do sistema de defesa Patriots. Stoltenberg afirmou que há discussões sobre isso, mas também que esse foi um momento “para debater como fazer com que os sistemas já entregues funcionem e sejam eficazes”.
Twitter/Jens Stoltenberg
Declaração foi dada em reunião da Otan, na última segunda-feira (29/11), em Bucareste, na Romênia
Por fim, Stoltenberg observou que a Ucrânia não deve fazer parte da Otan em um futuro próximo, destacando que, em meio a uma guerra, a organização não deve “fazer nada que possa minar a unidade dos aliados para fornecer apoio militar, humanitário e financeiro à Ucrânia”.
Em meio a promessas de mais apoio financeiro e militar à Ucrânia, o representante da Otan também falou sobre a importância das mesas de negociação para acabar com a guerra, afirmando que o presidente russo Vladimir Putin “não vai atingir seu objetivo e precisará sentar à mesa para negociar”.
Apesar da declaração, a chancelaria russa enfatiza que Moscou segue aberta para o diálogo com a Otan, “mas em condições de igualdade”. Em outubro, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, confirmou que, caso seu país receba uma proposta de reunião para diálogos, “vai considerar”, mas que até o momento “não recebeu ofertas sérias de contato”.
(*) Com Ansa, Brasil de Fato e Sputniknews