A Câmara Baixa do Parlamento da Rússia, a Duma, encerrou suas contas nas redes sociais administradas pela Meta, conglomerado de mídia e tecnologia responsável pelo Facebook e Instagram. O perfil da Duma no Twitter também foi excluído a mando do mandatário Vyacheslav Volodin.
O anúncio foi feito no Telegram e ocorreu depois que a “Meta autorizou apelos por violência contra russos e o Twitter violou repetidamente as leis russas”, diz a nota. O comunicado informa ainda que o Telegram continua sendo o único canal de comunicação da Câmara Baixa do Parlamento russo.
A Rússia também anunciou nesta sexta-feira (11/03) que o acesso ao Instagram no país será bloqueado permanentemente à meia-noite do próximo dia 14 de março. A informação é da agência Tass.
“Como os usuários ativos do Instagram precisarão de tempo para copiar suas fotos e vídeos para outras redes sociais, para notificar seus contatos e assinantes, o Roskomnadzor [órgão regulador das comunicações no país] decidiu concluir o procedimento de bloqueio do Instagram às 00h do dia 14 de março, permitindo 48 horas de transição”, disse um comunicado da agência no Telegram.
A decisão foi divulgada no mesmo dia em que o YouTube decidiu bloquear o acesso a canais de mídia financiados pelo Estado russo em todo o mundo.
Piqsels/Reprodução
‘Boicote’ às redes sociais foi feito depois que a empresa que gerencia o Facebook e o Instagram autorizou publicação de mensagens violentas
Youtube bloqueia canais russos
A empresa de compartilhamento de vídeos disse que quer remover conteúdo que “nega, minimiza ou banaliza eventos violentos”, pois vai contra suas Diretrizes da Comunidade, referindo-se especificamente a conteúdos “sobre a invasão da Rússia na Ucrânia”.
O YouTube bloqueou os canais dos veículos RT e Sputnik News na União Europeia, a pedido dos governantes do bloco. Depois, anunciou que expandiria essa censura a todos os outros lugares do planeta, incluindo todos os canais “associados à mídia estatal russa”.
Os anúncios do YouTube já foram “pausados” na Rússia, mas a plataforma agora está estendendo isso para “todas as formas de monetização em nossa plataforma” no país, provavelmente afetando também os super-chats e os patrocínios.
Até agora, mais de mil canais e 15 mil vídeos já foram removidos, incluindo o canal Ahí Les Va, espaço informativo para conteúdo audiovisual em espanhol da jornalista russa Inna Afinogenova, que contava com mais de 1 milhão de assinantes.
“É como se esses dois anos de vida e trabalho e esforço de várias pessoas nunca tivessem existido. Tudo para o lixo em um clique. E mais de um milhão de seguidores que não foram consultados”, lamentou a jornalista.
(*) Com Ansa