O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou neste domingo (05/06) os países ocidentais de fornecerem armas à Ucrânia apenas para prolongar a guerra.
“Todo esse clamor por mais entregas de armas geralmente persegue o único objetivo de prolongar o conflito armado pelo maior tempo possível”, disse Putin em entrevista à televisão estatal Rossiya-1.
Ao comentar sobre as novas entregas de armas norte-americanas aos ucranianos, o líder russo enfatizou que os ocidentais que entregam outras armas a Kiev têm o único objetivo de estender a guerra que já dura 103 dias.
Putin ainda informou que a Rússia pode atacar novos alvos se os ucranianos receberem mísseis de longo alcance. “Se o Ocidente fornecer mísseis de longo alcance a Kiev, a Rússia tomará nota e atingirá estruturas até então poupadas da guerra”, acrescentou.
No sábado (04/06), em outro trecho da entrevista, Putin afirmou que as tropas de Moscou destruíram dezenas de armas norte-americanas no território ucraniano. “Os seus sistemas de defesa aérea estão a rachar como nozes, dezenas foram destruídos”, disse.
O governo russo têm denunciado repetidamente a entrega de armas modernas pelo Ocidente a Kiev, tendo uma das últimas vezes sido em reação à divulgação pela Casa Branca do fornecimento de lançadores múltiplos de mísseis.
DefenceU/Twitter
‘Todo esse clamor por mais entregas de armas geralmente persegue o único objetivo de prolongar o conflito armado pelo maior tempo possível’
No domingo, inclusive, a Espanha informou que fornecerá à Ucrânia mísseis antiaéreos Shorad Aspide e tanques Leopard A4, além do indispensável treinamento do exército de Kiev, revelou o jornal espanhol El Pais, que cita fontes governamentais.
Trata-se de um salto qualitativo por parte de Madrid, que até agora se limitava a enviar munições, equipamentos de proteção individual e armas ligeiras como lançadores de granadas e metralhadoras para a Ucrânia.
Ucrânia retomará negociações após reforço militar do Ocidente
O governo ucraniano declarou no sábado (04/06) que quer fortalecer suas posições em seu território com a ajuda das armas prometidas pelo Ocidente antes de retomar as negociações de paz com a Rússia.
“As nossas Forças Armadas estão prontas para usar as novas armas. E então poderemos iniciar uma nova rodada de negociações a partir de uma posição mais forte”, disse o negociador ucraniano David Arakhamia.
A declaração é dada após a Ucrânia anunciar que conseguiu fazer as forças russas recuarem em Severodonetsk, na região de Donbass, onde Moscou concentra sua ofensiva para assumir o controle total da província.
“Se antes tínhamos uma situação difícil com cerca de 70% (da cidade) capturada, agora eles foram empurrados para trás em 20%”, disse o governador de Luhansk, Serhyi Gaidai.