O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou neste domingo (24/02) o estado máximo de alerta das forças de controle nuclear russo em resposta, segundo ele, a “declarações agressivas” da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e as sanções econômicas impostas contra a Rússia por países ocidentais.
“Não apenas os países ocidentais tomam medidas hostis contra nosso país na dimensão econômica –quero dizer as sanções ilegais que todos conhecem muito bem. Mas ainda altos funcionários dos principais países da Otan se permitem fazer observações agressivas dirigidas contra o nosso país, por isso ordeno ao ministro da Defesa e ao chefe do Estado-Maior para colocarem as forças dissuasórias do Exército russo em regime de alerta especial”, declarou o mandatário.
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Putin também citou “deterrência” em sua fala, um termo utilizado nos meios militares como uma forma de dissuadir outro país de uma ação por meio da demonstração de força. As forças de dissuasão estratégica destinam-se a conter a agressão contra a Rússia e seus aliados, bem como para derrotar o agressor em uma guerra com uso de vários tipos de armamentos, incluindo armas nucleares.
Na sexta-feira (25/02) os líderes da Otan realizaram uma cúpula virtual de emergência. A Aliança militar disse, na ocasião, que “o mundo” iria “responsabilizar a Rússia, bem como Belarus, por suas ações” e acusou Moscou de assumir “plena responsabilidade por este conflito” ao “rejeitar o caminho da diplomacia e do diálogo”.
A Otan e os Estados Unidos, no entanto, já afirmaram que não irão enviar tropas ou intervir militarmente no conflito entre Ucrânia e Rússia.
Wikicommons
Putin coloca arsenal nuclear em estado de alerta máximo
Sanções econômicas e espaço aéreo fechado
Como represália pela ofensiva na Ucrânia, a Rússia foi excluída do Swift, o sistema que opera as finanças globais. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também confirmou neste domingo (27/02) que os 27 Estados-membros da União Europeia fecharão o espaço aéreo para aviões da Rússia.
O bloco também impôs ao menos três pacotes de sanções contra o país do leste europeu que se somam às sanções impostas pelos EUA contra bancos russos e a elite russa.
O presidente russo Vladimir Putin reconheceu na segunda-feira (21/02) a independência das regiões separatistas de Donbass. As regiões, pertencentes até então, ao território ucraniano estavam fora da administração de Kiev desde 2014. Em resposta, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na dia seguinte um pacote de sanções contra a Rússia.
Afirmando uma defesa contra provocações por parte de Kiev que, segundo Putin, ameaçam o território vizinho, o presidente russo anunciou na quinta-feira (24/02) a decisão de iniciar uma operação especial na Ucrânia. Durante seu discurso, o mandatário solicitou ao povo de seu país que atue junto à região separatista Donbass, cuja população pediu, segundo ele, “ajuda à Rússia”.
(*) Com Brasil de Fato e Sputnik News.