O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia se encontra “em estado de guerra”, admitindo pela primeira vez o termo desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Até o momento, as autoridades russas chamavam a ofensiva de “operação militar especial”.
Em uma entrevista ao jornal russo Argumenty i Fakty, Peskov argumentou que o conflito deixou de ser uma “operação militar especial” e tornou-se uma guerra quando “o Ocidente coletivo se tornou um participante ao lado da Ucrânia”.
O representante russo declarou que o país “continuará a agir para que o potencial militar da Ucrânia não ameace a segurança dos seus cidadãos e território”.
“Moscou não pode permitir a existência nas suas fronteiras de um Estado que tenha uma intenção documentada de utilizar quaisquer métodos para tirar a Crimeia”, acrescentou Peskov.
Desta forma, as Forças Armadas da Rússia lançaram um ataque maciço às instalações de energia e à infraestrutura militar da Ucrânia, segundo informou nesta sexta-feira (22/03) o Ministério da Defesa do país.
“Foi realizado um ataque maciço por meio de armas de alta precisão e grande alcance de baseamento terrestre, marítimo e aéreo contra instalações de energia, do complexo militar-industrial, centros ferroviários, arsenais e locais de implantação de formações das Forças Armadas da Ucrânia e mercenários estrangeiros”, apontou a entidade militar russa.
Além disso, o ministério observou que “foram destruídos equipamentos militares estrangeiros e meios de destruição fornecidos à Ucrânia dos países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte)”, acrescentando que “todos os objetivos do ataque foram alcançados”.
Já nas fronteiras, o exército russo repeliu todas as tentativas dos combatentes ucranianos de penetrar as regiões de Belgorod e Kursk, fazendo com que o Exército de Kiev perdesse mais de 3 mil homens em uma semana.
De acordo com o ministério, os sistemas russos de defesa antiaérea e aviação ainda derrubaram durante o referido período um helicóptero ucraniano Mi-8, 992 drones, 156 projéteis de vários sistemas de lançamento múltiplo de foguetes.
Na direção de Kupyansk, a Rússia neutralizou tropas ucranianas repelindo 12 contra-ataques. Neste contexto, a Ucrânia perdeu até 400 combatentes, três tanques, três veículos blindados de combate, 25 carros e 19 peças de artilharia de campanha.
Por sua vez, na direção de Avdeevka, durante o período de 16 a 22 de março, o Exército de Kiev perdeu mais de 2.195 soldados, dois tanques, 21 veículos blindados de combate, 65 carros e 28 peças de artilharia de campanha. Além disso, as unidades russas repeliram 42 contra-ataques ucranianos nesta seção do front e eliminaram contingente e equipamento de sete brigadas das forças ucranianas.
Na direção de Donetsk, as tropas russas melhoraram a posição na linha do front, assumiram o controle da estação ferroviária de Alebastrovaya na República Popular de Donetsk e repeliram dez ataques. As forças ucranianas perderam mais de 1.885 soldados e seis tanques, informou o Ministério da Defesa.
De acordo com os dados do Ministério da Defesa da Rússia, desde o início da operação militar especial foram destruídos: 577 aviões da Ucrânia, 270 helicópteros, 16.565 drones, 487 sistemas de defesa antiaérea, 15.572 tanques e outros veículos blindados de combate, 1.252 lançadores múltiplos de foguetes, 8.490 peças de artilharia de campanha e morteiros e 20.057 veículos militares especiais.
(*) Com Sputnik