O 24º dia da guerra na Ucrânia foi marcado por novos ataques a Kiev, Mariupol e Lviv e com a confirmação da Rússia de que foram usados mísseis hipersônicos no país vizinho pela primeira vez no conflito.
Segundo nota divulgada neste sábado (19/03) pelo Ministério russo da Defesa, repercutida pela agência estatal Tass, os militares usaram o míssil Kinjal, um dispositivo ar-terra para destruir um depósito de armas subterrâneo. Não foram dados mais detalhes de que cidade foi alvo desse tipo de equipamento militar.
Estes mísseis superam a velocidade do som, viajando a 6.000 km por hora enquanto fazem manobras, e são virtualmente impossíveis de serem detidos por forças de defesa.
Do outro lado, Kiev informa que seus militares mataram mais um general russo, chamado Andrei Mordvichev, na cidade de Chernobayevka, após um tiroteio entre as tropas. Moscou, por sua vez, não confirmou a informação.
Já Lviv, cidade que havia sido poupada dos primeiros ataques russos e para onde muitos cidadãos do país fugiram, voltou a sofrer com ações militares neste sábado que, a princípio, só causaram danos materiais a localidades próximas. O município foi também o destino escolhido pela maior parte dos países para transferir suas sedes diplomáticas que estavam em Kiev.
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Aeronave de combate russa carrega míssil hipersônico Kinjal (em branco); arma foi usada na Ucrânia
Corredor humanitário em Lugansk
Um corredor humanitário foi aberto neste sábado na zona separatista de Lugansk após acordo entre Ucrânia e Rússia. A região foi reconhecida por Moscou como república independente dois dias antes do início da guerra.
O governador Serhiy Gaiday postou uma mensagem no Telegram em que dizia que a abertura da passagem começaria às 9h (hora local) e que, além de permitir a saída segura dos civis que querem fugir do conflito, iria liberar a passagem da entrada de água, comida e medicamentos para os que ficarem no território.
Segundo dados que foram checados pela Organização das Nações Unidas, foram confirmada 816 mortes de civis ucranianos e 1.333 feridos desde o início dos ataques.
No entanto, a própria ONU reconhece que esse número é muito inferior à realidade porque são apenas aqueles que a organização conseguiu confirmar.
As autoridades de Mariupol, por exemplo, estimam que só na cidade sejam mais de 20 mil mortos por conta da situação de sítio que a localidade vive desde o início dos combates.
(*) Com Ansa