Atualizado às 17h44
A Rússia definiu nesta segunda-feira (19/12) como “inaceitável” o acordo da União Europeia para impor um teto de 180 euros (R$ 1.010) por megawatt-hora aos preços do gás natural no bloco.
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, trata-se de uma “distorção de mercado”. Moscou também prometeu “reagir” à medida aprovada pela UE.
“Isso é uma violação e um ataque aos preços de mercado. Qualquer referência a um teto de preço é inaceitável. Levará tempo para avaliar cuidadosamente os prós e contras”, disse Peskov.
Os países da bloco chegaram também nesta segunda-feira a um acordo político para impor um teto nos preços do gás natural, medida que busca atingir uma das principais fontes de arrecadação da Rússia e minimizar o uso da energia como “arma de guerra”, como acreditam ser usada por Putin na guerra da Ucrânia.
O acordo foi aprovado por maioria qualificada em uma reunião ministerial dos Estados-membros em Bruxelas, na Bélgica, após meses de discussões sobre a melhor forma de frear a disparada dos preços do gás natural no bloco, movimento que é resultante do conflito entre Moscou e Kiev.
Wikicommons
Valor decidido pelos países fica abaixo da proposta feita pela Comissão Europeia em novembro, no valor de 275 euros/MWh
O valor decidido pelos países fica abaixo da proposta feita pela Comissão Europeia em novembro, no valor de 275 euros/MWh. No entanto, as nações que lideram a campanha pelo teto defendiam um limite ainda menor, por volta de 100 euros/MWh.
A Alemanha votou a favor dos 180 euros, enquanto Áustria e Países Baixos, também céticos quanto ao teto, se abstiveram. Já a Hungria, país mais pró-Rússia na UE, votou contra.
O instrumento entrará em vigor em 15 de fevereiro, mas apenas se os preços do gás natural na bolsa de Amsterdã ultrapassarem os 180 euros/MWh por três dias consecutivos. Além disso, a diferença em relação a uma série de referências globais precisará ser superior a 35 euros.
Atualmente, o preço do gás em Amsterdã está por volta dos 110 euros/MWh, o que já é reflexo do acordo em Bruxelas – em agosto, o índice chegou a superar a barreira dos 340 euros/MWh.
(*) Com Ansa, RT en Español e SputnikNews