Nesta madrugada, durante as primeiras horas desta terça-feira (18/07), as Forças Armadas da Rússia realizaram um ataque com armas de precisão contra instalações localizadas nos arredores das cidades ucranianas de Odessa e Nikolayev.
Minutos depois de encerrada a ofensiva, o Ministério da Defesa russo afirmou que esta foi uma retaliação ao ataque ucraniano contra a Ponte de Kerch, que liga a península da Crimeia e a região de Krasnodar, ambas pertencentes ao território russo – embora a primeira seja reivindicada pela Ucrânia –, ação que resultou na morte de duas pessoas e que Moscou considerou como um “atentado terrorista”.
“Esta noite, as Forças Armadas Russas lançaram um ataque de retaliação com armas de precisão naval, contra as instalações onde estavam sendo preparados atos terroristas contra a Federação Russa e onde eram fabricados drones marítimos, em um estaleiro próximo à cidade de Odessa”, informou o Kremlin.
Segundo o ministério russo, com informações baseadas em fontes da inteligência de Moscou, além dos drones marítimos, as instalações destruídas também eram usadas para fabricar outras armas e artefatos explosivos usados nos atentados ucranianos, além de armazenar mais de 70 mil toneladas de combustível, que eram fornecidas às forças militares que apoiam a Ucrânia.
“Todos os alvos planejados para o ataque foram atingidos”, assegurou o governo da Rússia.
O Kremlin afirma que também houve uma ação ucraniana na manhã desta terça, com a utilização de 28 drones marítimos, em “mais um ataque terrorista contra o território da Crimeia”, segundo o Ministério da Defesa, mas que dessa vez foi interceptado e desativado pelas Forças Armadas russas.
Ildus Giliazutdinov / Sputnik News
Ataque russo utilizou armas de precisão para destruir instalações nas cidades ucranianas de Odessa e Nikolayev
Atentado à ponte da Crimeia
O atentado contra a Ponte de Kerch, na Crimeia, foi realizado nesta segunda-feira (17/07) por dois drones marítimos, como os que a Rússia afirma que eram fabricados na instalação de Odessa, destruída nesta terça.
Horas depois da explosão na Crimeia, o Kremlin reagiu qualificado o episódio como uma “ação promovida pelo regime terrorista de Kiev”.
O presidente russo Vladimir Putin também lamentou o que considerou como “um crime violento e sem sentido”, em alusão às duas pessoas mortas no atentado, e assegurou que “haverá uma resposta da Rússia”.
Embora a Ucrânia negue sua participação no ataque à ponte, diversas autoridades do país têm feito declarações nas quais deixam claro que consideram a estrutura como uma afronta.
Vale lembrar que a Crimeia é um território que pertencia à Ucrânia até 2014, quando se realizou um referendo no qual 97,4% da população escolheu passar a ser parte da Rússia, enquanto 2,5% votaram por continuar sendo parte da Ucrânia.
A Ponte de Kerch, alvo do atentado desta segunda, foi inaugurada quatro anos depois, em 2018, para ser o símbolo desse retorno da Crimeia à Federação Russa.