O Supremo Tribunal de Justiça da Rússia reconheceu nesta terça-feira (02/08) o regimento de Azov, milícia de extrema direita incorporada às Forças Armadas da Ucrânia, como uma organização terrorista, proibindo suas atividades em território russo.
A decisão anunciada pelo serviço de imprensa da Procuradoria-Geral da Rússia atende a um pedido do Ministério Público do país e considera a participação no Azov um ato punível criminalmente.
“O reconhecimento da associação Azov como organização terrorista e a proibição de suas atividades na Rússia implicam a aplicação de sanções penais a seus membros e participantes”, disse o órgão supervisor em comunicado sobre a decisão da Suprema Corte de Justiça.
A maior instância do poder judiciário russo anunciou penas mais duras para membros do grupo ucraniano, prevendo de cinco a dez anos de prisão e multas de até 500 mil rublos (cerca R$43 mil) para membros do Azov.
O próprio código penal da Rússia prevê até 10 anos de prisão para integrantes de organizações terroristas, 20 anos de cadeia para seus líderes e multas de até um milhão de rublos (cerca de R$86.mil).
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O anúncio prevê penas de cinco a dez anos de prisão e multas de até 500.000 rublos para integrantes do Azov
Atualmente, o Comitê de Investigação da Rússia também está investigando diversos crimes cometidos por membros do Azov no envolvimento de assassinatos de civis na região separatista ucraniana Donbass.
O Batalhão de Azov foi formado por militantes da extrema direita ucraniana em 2014, com filiações neonazistas, na esteira dos conflitos separatistas no leste da Ucrânia.
Acusado pelo Kremlin de neonazismo desde o início do conflito contra a Ucrânia, o grupo liderou a resistência contra a ocupação russa em Mariupol, cidade da província de Donetsk, na costa do Mar de Azov, de onde vem o nome da organização.
(*) Com Ansa e Telesur