A empresa polonesa de petróleo e gás PGNiG informou nesta terça-feira (26/04) que recebeu uma notificação da Gazprom, companhia russa de energia, sobre a suspensão completa do fornecimento de gás pelo gasoduto de Yamal.
O corte, segundo a PGNiG, será a partir da próxima quarta-feira (27/04).
De acordo com a Gazprom, a decisão decorre da recusa de pagamento da PGNiG pelo fornecimento do gás russo em rublos, moeda oficial da Rússia. A empresa polonesa admite a sanção econômica, mas considera a interrupção da entrega de combustível da Rússia “uma violação das obrigações contratuais”.
“A PGNiG se recusou a cumprir suas obrigações de pagar o gás natural fornecido pela Gazprom sob o contrato Yamal em rublos russos, de acordo com o decreto do presidente da Rússia”, afirma a Gazprom por meio de comunicados oficiais.
Segundo a companhia polonesa, até o momento, a “infraestrutura de transporte de gás e de armazenamento subterrâneo está funcionando sem problemas”.
A empresa polonesa de petróleo e gás afirma que os consumidores estão sendo abastecidos com o combustível “de acordo com a demanda atual”.
No início de abril, a Gazprom notificou seus clientes do novo procedimento de pagamento em rublos referente ao decreto assinado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, com o estabelecimento de regras para o comércio de gás natural russo com os chamados “Estados Hostis”.
Flickr
Decisão da Gazprom decorre da recusa de pagamento da PGNiG pelo fornecimento do gás russo em rublos
O texto determinou que empresas ocidentais precisariam abrir contas correntes em rublos em bancos russos para comprar o gás extraído no país.
“A Gazprom, como empresa russa, cumpre incondicional e plenamente a legislação russa. A notificação do novo procedimento para pagamentos em rublos russos está sendo agora enviada oficialmente para as partes”, afirmou a empresa na ocasião.
Segundo a AFP, por meio de um comunicado do Ministério da Economia búlgaro, a Gaz´prom também anunciou suspensão ao fornecimento de gás na Bulgária a partir da próxima quarta-feira.
Considerando as exigências de pagamento em rublos, o ministério búlgaro informou que as estatais do país Bulgargaz e a Bulgarian Energy Holding avaliavam a possibilidade de implementar o novo procedimento. Mas afirmam que as regras trazem riscos significativos para o lado búlgaro.
Putin e chefe da ONU
Também nesta terça-feira, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, encontrou com o líder russo, em Moscou, capital da Rússia.
Durante a reunião, Putin disse ao chefe das Nações Unidas que a Rússia, como um dos países fundadores da ONU, sempre apoiou a organização, apontando que o Kremlin “acredita que ela não é apenas universal, mas única em seu tipo”.
Mencionando o conflito na Ucrânia e as negociações com o país vizinho, o chefe de Estado russo afirmou desejar a continuidade dos diálogos com Kiev. Segundo Putin, alguns acordos foram definidos, mas que “infelizmente, depois que esses acordos foram alcançados, e depois que Moscou deu passos para que as negociações continuassem, inclusive retirando tropas de áreas ao redor de Kiev e Chernigov, fomos recebidos com a provocação no assentamento de Bucha, que o Exército russo não tem nada a ver”.
“Apesar do fato de que a operação militar está em andamento, ainda esperamos poder chegar a acordos também na via diplomática. Estamos mantendo conversas, não vamos desistir delas”, disse Putin.
(*) Com Sputnik