O congressista norte-americano Seth Moulton, membro do Partido Democrata, afirmou à Fox News nesta sexta-feira (07/05) que os Estados Unidos não só estão em “guerra” para apoiar a Ucrânia, mas que estão “fundamentalmente” em “guerra por procuração” com a Rússia.
“Não estamos em guerra apenas para apoiar os ucranianos. Estamos fundamentalmente em guerra, embora um pouco por meio de um ‘proxy’, com a Rússia, e é importante que vençamos”, declarou ao final da entrevista.
“Proxy war” é um termo em inglês que significa “guerra por procuração”, ou seja, quando há um conflito armado em que um país se utiliza de terceiros como intermediários ou substitutos, de forma a não lutar diretamente contra seu oponente.
Moulton faz parte do Comitê de Serviços Armados da Câmara de Representantes e tem um papel importante no avanço da legislação sobre conflitos estrangeiros, além de defender o apoio dos EUA na guerra da Ucrânia.
Mais recentemente, Moulton propôs o projeto de lei 7187 no Congresso que daria ao presidente Joe Biden o poder de vender ativos norte-americanos para financiamento “humanitário” na Ucrânia.
Seus comentários, feitos durante uma conversa com o jornalista Brett Bair, fazem parte de uma entrevista mais ampla ao lado de outro membro do comitê, o congressista republicano Mike Turner. Os dois representantes norte-americanos expressaram a expectativa de que o Congresso continue a apoiar a Ucrânia financeiramente e por meio do fornecimento de armas.
Moulton apontou a recente viagem da presidente Nancy Pelosi à Ucrânia como um indicador de que o apoio do Congresso permaneceria forte. Para Moulton, esta não é apenas a luta da Ucrânia. Ele disse a Bair que, em relação ao apoio ao país do leste europeu, o Congresso foi amplamente unificado.
Seth Moulton/Twitter
‘Não estamos em guerra apenas para apoiar os ucranianos’, declarou Seth Moulton, do Comitê de Serviços Armados da Câmara de Representes
“Este é um esforço bipartidário no Congresso… em apoiar os ucranianos e realmente trabalhar não apenas para conter os russos, mas para esmagá-los”, declarou.
Na semana anterior, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, chegou a acusar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar ocidental na qual os EUA fazem parte, de travar uma guerra por procuração contra Moscou.
Parlamento russo acusa EUA de participar da guerra
Já neste último sábado (07/05), o presidente da Duma, o Parlamento da Rússia, acusou os norte-americanos de participarem das “hostilidades na Ucrânia”.
“Não se trata apenas do fornecimento de armas e equipamentos, Washington coordena e desenvolve operações militares em nome do regime nazista em Kiev, participando assim diretamente nas hostilidades contra nosso país”, disse Vyacheslav Volodin no Telegram.
A declaração de Volodin foi dada após a imprensa norte-americana divulgar na sexta-feira (06/05) que informações de inteligência dos EUA teriam sido fornecidas aos ucranianos para atingir alvos russos.
No mesmo dia, o presidente norte-americano, Joe Biden, discutiu com os líderes dos serviços secretos e de defesa a questão do compartilhamento de informações de inteligência com a Ucrânia.
De acordo com a NBC News, o mandatário ligou para os chefes do Pentágono, da CIA e da Inteligência Nacional e ressaltou que as recentes notícias da imprensa são contraproducentes e “distraem o objetivo” do governo norte-americano.
(*) Com Sputnik News.