O governo ucraniano declarou neste sábado (04/06) que quer fortalecer suas posições em seu território com a ajuda das armas prometidas pelo Ocidente antes de retomar as negociações de paz com a Rússia.
“As nossas Forças Armadas estão prontas para usar as novas armas. E então poderemos iniciar uma nova rodada de negociações a partir de uma posição mais forte”, disse o negociador ucraniano David Arakhamia.
A declaração é dada após a Ucrânia anunciar que conseguiu fazer as forças russas recuarem em Severodonetsk, na região de Donbass, onde Moscou concentra sua ofensiva para assumir o controle total da província.
“Se antes tínhamos uma situação difícil com cerca de 70% (da cidade) capturada, agora eles foram empurrados para trás em 20%”, disse o governador de Luhansk, Serhyi Gaidai.
Quatro combatentes voluntários estrangeiros da Legião de Defesa da Ucrânia perderam a vida em combate, informou um comunicado da brigada, citado pelo jornal The Guardian, neste sábado.
Trata-se de um alemão, um holandês, um australiano e um francês, cujas identidades não foram reveladas.
De acordo com o chefe de gabinete do presidente da Ucrânia, Andriy Yermak, as Forças Armadas do país destruíram quase inteiramente o 35º Exército da Federação Russa em Izyum, na região nordeste de Kharkiv. “Quase todo o 35º Exército foi destruído em Izyum”, disse ele ao portal Ukrinform.
Além disso, centenas de pessoas estão fugindo da cidade de Sloviansk, no leste da Ucrânia, e o número de evacuações quase dobrou nesta semana, segundo o chefe da administração militar da cidade, Vadym Lyakh.
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‘Poderemos iniciar uma nova rodada de negociações a partir de uma posição mais forte’, declarou o negociador ucraniano David Arakhamia
Na última quinta-feira (02/06), o presidente Volodymyr Zelensky afirmou que as tropas da Rússia ocupam atualmente 20% do território da Ucrânia. Em discurso por vídeo no Parlamento de Luxemburgo, o mandatário disse que cerca de 2,6 mil regiões habitadas do país estão sob comando das forças russas.
Enquanto isso, o número de mercenários em combate pela Ucrânia cai pela metade, segundo informações do Ministério de Defesa Russo.
De acordo com a pasta, dos quase 7 mil recrutados, de 63 países, para 3,5 mil, com muitos tendo fugido, sido mortos ou feitos prisioneiros durante o conflito. Em Donbass essa redução foi em dezenas de vezes, segundo dados do ministério.
O major-general Igor Konashenkov, representante oficial da pasta, disse que centenas de mercenários foram mortos na Ucrânia logo depois de sua chegada, nos locais de preparação adicional, devido à falta de experiência de combate e baixo nível de treinamento.
De acordo com a Defesa russa, os comandantes das unidades do Exército ucraniano e da Guarda Nacional que empregam os mercenários não os poupam, em busca de reduzir as perdas entre seus soldados. Além disso, muitos mercenários de outros países, ao enfrentarem a situação real no campo de combate, preferem deixar a Ucrânia, mas Kiev se esforça para impedir sua saída, afirmaram na pasta.
(*) Com Ansa.