A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia anunciaram o envio de reforços militares à Ucrânia neste domingo (27/02). A Aliança militar disse por meio de nota que vai enviar dinheiro e equipamentos militares ao país do leste europeu, ao passo que o bloco declarou em uma coletiva de imprensa o envio de 450 milhões de euros para a compra de armas letais e 50 milhões de euros para equipamentos não letais
“Os aliados da Otan estão reforçando o seu apoio político e prático à Ucrânia enquanto continua a defender-se da invasão em larga escala da Rússia”, diz o comunicado da Aliança, afirmando ainda que “milhares de armas antitanques, centenas de mísseis para a defesa aérea e milhares de armas leves e munições estão para serem enviadas” ao território ucraniano.
Ainda de acordo com a Otan, “Bélgica, Canadá, República Tcheca, Estônia, França, Alemanha, Grécia, Letônia, Lituânia, Países Baixos, Portugal, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Reino Unido e Estados Unidos já enviaram ou estão aprovando as entregas mais significativas” enquanto a “Itália está promovendo o apoio financeiro” a Kiev.
Mais cedo, os italianos anunciaram o envio de 110 milhões de euros imediatamente para o governo ucraniano. A aliança militar, no entanto, já declarou que por enquanto não pretende enviar tropas ao território da Ucrânia.
Já a UE, por meio do alto representante para a Política Externa Josep Borrell, afirmou que “os maiores progressos na União Europeia se faz em tempos de crise e acho que nos encontramos em um momento desses”, acrescentando ainda se tratar de um momento histórico. “Caiu um novo tabu, aquele de que a UE não pode usar o próprio dinheiro para fornecer armas”, declarou Borrell.
O espanhol afirmou que o bloco “decidiu fornecer 450 milhões de euros para a compra de armas letais e 50 milhões de euros para equipamentos não letais”. “A Polônia se ofereceu para ser o centro logístico para o transporte desses armamentos. Obrigado, Varsóvia”, acrescentou o líder.
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Secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, acusa Putin de manter uma ‘retórica agressiva
Na coletiva, assim como havia ocorrido durante a fala da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Borrell confirmou a exclusão de alguns bancos do sistema financeiro Swift, mas não citou nomes porque a medida ainda precisa ser ratificada por outros aliados, como Estados Unidos e Reino Unido.
Também confirmou o congelamento “de cerca de 50% das reservas internacionais do Banco Central russo porque são as reservas que estão guardadas em instituições dos países do G7”. “Nós estamos mirando na riqueza da elite de Vladimir Putin”, acrescentou.
Borrell ainda confirmou o banimento das agências de notícias russas e as subsidiárias da Russia Today e Sputnik por conta da “disseminação da propaganda de guerra de Putin” e o incentivo à mídia independente do país.
Alerta de defesa nuclear a negociações
Ainda neste domingo, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que a guerra é uma responsabilidade de Putin, dizendo ainda que “ele mantém a retórica agressiva”.
Mais cedo, o líder russo justificou a ativação do estado de alerta das forças de controle nuclear na Rússia devido a “declarações agressivas” da Otan e às sanções econômicas impostas contra o território russo por países ocidentais.
As partes diretamente envolvidas no conflito, Rússia e Ucrânia, também anunciaram negociações em território da Belarus, que ocorrem neste domingo.
A ofensiva militar foi desencadeada depois que Putin reconheceu na segunda-feira (21/02) a independência das regiões separatistas de Donbass. As regiões, pertencentes até então, ao território ucraniano estavam fora da administração de Kiev desde 2014. Em resposta, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na dia seguinte um pacote de sanções contra a Rússia.
Afirmando uma defesa contra provocações por parte de Kiev que, segundo Putin, ameaçam o território vizinho, o mandatário russo anunciou na quinta-feira (24/02) a decisão de iniciar uma operação especial na Ucrânia. Durante seu discurso, o mandatário solicitou ao povo de seu país que atue junto à região separatista Donbass, cuja população pediu, segundo ele, “ajuda à Rússia”.
(*) Com Ansa.