A Venezuela acusou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de descumprir os Acordos de Minsk, assinados entre Rússia e Ucrânia em 2014 e 2015, estabelecendo um cessar-fogo entre as partes e a reintegração de regiões separatistas ao território ucraniano.
Em nota emitida nesta quinta-feira (24/02) pelo Ministério das Relações Exteriores, o país latino-americano afirmou que o descumprimento dos acordos, com provocações e rejeição ao diálogo, promovido pelos Estados Unidos, deixou o direito internacional vulnerável e gerou “fortes ameaças” contra a Rússia, “impedindo o bom relacionamento entre os países vizinhos”.
O comunicado diz ainda que a Venezuela clama a retomada do caminho do entendimento diplomático com “diálogo efetivo entre as partes”, para evitar uma maior escalada de tensão e para reafirmar os mecanismos de negociação estabelecidos na Carta das Nações Unidas.
O ministério venezuelano disse ainda que rechaça as sanções “ilícitas” e os “ataques econômicos” contra o povo russo, “que afetam massivamente” o acesso aos direitos humanos.
Venezuela rechaza el agravamiento de la crisis en Ucrania producto del quebrantamiento de los acuerdos de Minsk por parte de la OTAN. Llamamos a la búsqueda de soluciones pacíficas para dirimir las diferencias entre las partes. El diálogo y la no injerencia, son garantías de Paz. pic.twitter.com/Y7N1lwZfpi
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) February 24, 2022
Felix Plasencio/Twitter
Chancelaria disse em nota que descumprimento dos Acordos de Minsk deixou o direito internacional ‘vulnerável’ e gerou ameças contra a Rússia
Sanções contra Rússia
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira (24/02) a imposição de novas sanções contra a Rússia, para, segundo ele, enfraquecer a economia do país e cortá-lo das comercializações mundiais.
As novas sanções contra a Rússia vão impor um “custo severo à economia russa”, disse Biden, acrescentando que elas foram planejadas para “maximizar um impacto de longo prazo na Rússia” e minimizar nos EUA, protegendo os norte-americanos de aumentos nos preços de gás.
“Por nossas ações e de nossos aliados e parceiros, estimamos que vamos cortar mais que metade das importações de alta tecnologia da Rússia. Vamos desferir um golpe em sua capacidade de continuar a modernizar seus militares”, disse Biden.
O alvo das penalidades é o setor de tecnologia da Rússia, com o corte de mais da metade das importações da área, e também o programa espacial do país. Ainda de acordo com o presidente norte-americano, mais quatro bancos russos que detêm mais de US$ 1 trilhão em ativos nos Estados Unidos serão congelados.
No início desta semana, ele já havia sancionado outros dois bancos russos, depois de Putin reconhecer a independência da região ucraniana de Donbass.
Biden também destacou que Washington não está tomando essa medida sozinha, mas dentro de uma articulação com os países-membros da União Europeia, além do Reino Unido, Nova Zelândia e Japão. Putin, afirma Biden, quer “reestabelecer a antiga União Soviética” e tem ambições para além da Ucrânia.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johson, também falou sobre sanções contra Moscou nesta quinta-feira. O premiê prometeu um “pacote maciço de sanções econômicas projetadas a tempo de travar a economia russa”.