O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deu uma entrevista para o canal de notícias norte-americano CNN nesta segunda-feira (03/07), na qual enviou uma enfática mensagem ao seu homólogo Joe Biden, cobrando dele um convite para que a Ucrânia seja aceita como membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) o mais rápido possível.
Segundo o líder ucraniano, o futuro do seu país no bloco militar precisa ser decidido “agora”, como forma de entregar aos seus combatentes uma grande motivação para continuar enfrentando a guerra contra a Rússia.
“”É muito importante sentir que estamos nos rodeando de aliados, e que eles continuarão conosco no futuro”, ressaltou Zelensky.
Entretanto, o presidente ucraniano também admitiu que Biden “é que precisa tomar essa decisão” e que as regras da Otan impedem que se admita o ingresso de um país enquanto ele está em uma disputa territorial. No entanto, ele disse ter esperanças de que os líderes da aliança militar possam considerar o cenário atual como um caso excepcional.
“Nós entendemos toda essa situação, mas quem sabe seja possível dar um passo ao menos”, concluiu o mandatário.
Presidência da Ucrânia
Zelensky deu a entender que espera ao menos o início do trâmite de adesão da Ucrânia à Otan
O desejo do presidente ucraniano choca com a resistência de alguns aliados. Dias atrás, o chanceler alemão Olaf Scholz, abordou o tema, mas disse que “a Otan precisa se centrar em fortalecer o poder militar de Ucrânia, não em sua adesão”.
Ainda assim, a declaração de Zelensky sintoniza, de forma menos explícita, com um pedido feito recentemente por Igor Zhovkva, um dos seus principais assessores para temas internacionais, que disse em entrevista à agência Reuters que a Ucrânia está pedindo apenas que seja iniciado o trâmite de ingresso do país na Otan, como sinal de que esse objetivo será alcançado em um futuro breve.
O comentário de Zhovka foi bastante mais agressivo e chegou a fazer uma ameaça, dizendo que nem Zelensky nem qualquer outro representante do país participará da próxima cúpula da Otan caso processo de adesão da Ucrânia não seja iniciado formalmente.
O encontro de líderes da Otan está programado para acontecer entre os dias 11 e 12 de julho, na cidade de Vilnius, capital da Lituânia.