O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta sexta-feira (25/02) que está disposto a negociar com o mandatário russo, Vladimir Putin, para interromper as operações militares no país.
“Gostaria de me dirigir ao presidente da Federação Russa mais uma vez. Os combates estão ocorrendo em toda a Ucrânia. Vamos sentar à mesa de negociações para impedir a morte de pessoas”, disse o presidente.
Em seu discurso, Zelensky afirmou que a movimentação russa em território ucraniano “é o início de uma guerra contra a Europa, contra a unidade da Europa, contra os direitos humanos elementares na Europa, contra todas as regras de convivência no continente”.
WEBSTORY: Quem é Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia?
“Pelo segundo dia, as cidades do nosso estado estão sofrendo ataques de mísseis e bombas, colunas de tanques e bombardeios aéreos muito semelhantes ao que a Europa já viu há muito tempo, durante a Segunda Guerra Mundial”, destacou o presidente.
O Kremlin, por sua vez, voltou a negar intenções de ocupar a Ucrânia e disse que os objetivos da operação são “desmilitarizar e desnazificar” a região.
Segundo o chanceler russo, Sergei Lavrov, a operação que Moscou vem realizando na Ucrânia desde a manhã de quinta-feira (24/02) foi provocada pelas próprias autoridades ucranianas. Em particular, ele culpou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por desperdiçar todas as possibilidades prévias de negociação.
Da mesma forma, o ministro das Relações Exteriores da Rússia acusou Kiev de realizar um “genocídio” no Donbass e criticou a política linguística da Ucrânia, que, segundo ele, viola os direitos dos ucranianos de língua russa.
Wikicommons
Presidente da Ucrânia disse que operação russa é ‘uma guerra contra a Europa’
“As democracias que você apoia aceitam a proibição de uma língua falada por um grande número de pessoas e a educação nessa língua?”, perguntou a um jornalista.
Após a resposta de um correspondente que lhe pediu para não usar “eufemismos” e sustentou que não é uma “operação militar especial”, mas “uma conquista militar em larga escala”, Lavrov afirmou que “ninguém vai ocupar a Ucrânia” .
“Para que não haja eufemismo, queremos que o povo ucraniano seja capaz de definir seu futuro”, disse o ministro.
“Os objetivos da operação foram declarados abertamente: desmilitarização e desnazificação”, disse.
Da mesma forma, o ministro das Relações Exteriores considerou falsas as declarações do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sobre sua disposição de negociar um status neutro para seu país.
“Ele simplesmente não está dizendo a verdade no momento. Ele está simplesmente mentindo quando diz que está pronto para discutir o status de neutralidade”, disse Lavrov, acrescentando que as negociações com Kiev serão retomadas após o restabelecimento de “um regime democrático”.
*Com RT