O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, suspendeu neste domingo (20/03) o funcionamento de 11 partidos de oposição, inclusive alguns de esquerda, sob alegação de que seriam pró-Rússia. Além disso, o mandatário estendeu a lei marcial no país.
As siglas afetadas são Bloco de Oposição, Partido da Sharia, Nosso, Oposição de Esquerda, União das Forças de Esquerda, Partido do Estado, Partido Socialista-Progressista Ucraniano, Partido Socialista da Ucrânia, Socialistas, Bloco Vladimir Saldo e Plataforma de Oposição Pela Vida. Este último tem 44 das 450 cadeiras do Parlamento.
“Qualquer atividade de políticos que vise dividir [a Ucrânia] ou colaborar [com Moscou] não terá sucesso, mas terá uma resposta dura”, disse Zelensky.
Partidos ultranacionalistas e de inclinação neonazista, como o Pravyi Sektor e o Svoboda, estão autorizados a funcionar sem restrições.
Lei marcial
A lei marcial, em vigor desde o início dos ataques em 24 de fevereiro, foi prorrogada mais uma vez e seguirá valendo até o dia 26 de março. Assim, todos os homens de 18 a 65 anos não poderão sair da Ucrânia, salvo raríssimas exceções.
Zelensky / Official
Presidente ucraniano suspendeu partidos sob alegação de que seriam pró-Rússia
Outra determinação de Zelensky é a unificação de todos os canais de televisão em uma única “plataforma de comunicação estratégica” para fazer com que as emissoras fiquem ativas 24 horas por dia.
O decreto presidencial, segundo o publicado pelo portal Ukrainska Pravda, não determina o fechamento de nenhum canal, mas determina que eles trabalhem em conjunto. A medida foi criticada pela oposição ucraniana.
Entrevista
Neste domingo, Zelensky também deu uma entrevista para a emissora norte-americana CNN e afirmou que se não houver uma conversa com seu homólogo russo, Vladimir Putin, vai existir uma “terceira guerra mundial”.
“Precisamos usar qualquer formato, qualquer chance de poder falar com Putin. Se essas tentativas falharem, então quer dizer que haverá uma terceira guerra mundial. Estou pronto para negociar e estive prontos nos últimos dois anos. Sem as negociações, não se pode por fim a essa guerra”, disse o mandatário.
O encontro cara a cara ente os dois presidentes vem sendo tentado por diversos governos que atuam como intermediadores, mas o Kremlin resiste porque quer que a reunião ocorra apenas quando já houver um tratado ou um acordo de cessar-fogo.
(*) Com Ansa