Atualizada em 14/04/2015
No dia 15 de abril de 1828, depois de uma doença séria e desconhecida, que o deixara paralítico, parcialmente cego e totalmente surdo, o pintor Francisco de Goya y Lucientes morre em Bordeus.
Nasceu em 30 de março de 1746, em Fuendetodos, perto de Saragoza, na família de um artesão. Estreia como pintor da aristocracia frívola e feliz do século XVIII.
Em 1775, morando em Madrid, foi encarregado pela Real Fábrica de Tapeçarias de Santa Bárbara de pintar a primeira série de um lote que acabaria por chegar, em 1792, a 60 telas.
Suas primeiras obras se prendem a temas ligeiros da sociedade espanhola. Lembram a pintura graciosa de Fragonard, seu contemporâneo.
Desta época pertencem os primeiros retratos de personagens da corte espanhola, que seriam inaugurados com o quadro do Conde de Floridablanca (1783) e prosseguiriam com a imagem de Carlos III, caçador. O fim desse período viria com os quadros oficiais do rei Carlos IV e da rainha Maria Luísa (1789).
Em 1792, viajando pela Andaluzia, adoece gravemente. São desta época as pinturas de gabinete que representam cenas de diversões típicas, mas que terminaram em 1799 com O Manicômio.
Goya transfere seu temperamento sombrio e revoltado para telas e gravuras de um raro negror. Carrega um olhar crítico e satírico de seu tempo.
Pintor da corte, fazia parte dos “afrancesados”, a elite sensível aos ideais da Revolução Francesa, espanhóis entusiasmados com o Iluminismo, com a queda do feudalismo e com a ascensão dos direitos do homem e do cidadão.
No entanto, logo se sente afetado pela sublevação anti-francesa de 1808. O general Palafox chama-o a Saragoça para pintar as ruínas e episódios da defesa heroica da cidade contra os franceses. Mas, em dezembro de 1809, Goya jura fidelidade a José Bonaparte, nomeado rei de Espanha pelo irmão. É desta época a realização dos Desastres da Guerra que, devido ao estilo impressionista, influenciaria pintores do século XIX.
Atinge o ápice de sua arte quando pinta a sublevação popular de Madri, 2 de maio de 1808 e 3 de maio de 1808 em telas de um assombroso realismo, que parecem prefigurar os horrores do século XX.
Em 1814, começando o seu processo de purificação das suspeitas de colaboracionismo com o regime do rei José Bonaparte, pinta A Carga dos Mamelucos e Os Fuzilamentos de Moncloa, para perpetuar a resistência e a luta do povo espanhol contra Napoleão Bonaparte.
Goya é autor de um dos dois ou três nus espanhois dignos de atenção, ao lado da Vênus de Velazquez. La Maja Desnuda rompeu com as convenções clássicas e representava a duquesa de Alba ou Pepita Tudo, amante de Godoy, homem forte da corte. A Inquisição abriu um processo por obscenidade pela suas “Majas”, mas o pintor consegue a absolvição.
Com o fim do triênio liberal (1820-1823), o fracasso de uma nova tentativa de instauração de um regime liberal em Espanha (1824), e o reacender das perseguições, pede autorização para ir para França por motivos de saúde e viaja em maio de 1824, lá falecendo menos de quatro anos depois.
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Também nesse dia:
1874 – Exposição marca o início do movimento impressionista
1920 – Caso Sacco e Vanzetti atrai atenção mundial
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