Atualizada em 29/11/2017 às 10:10
Em 29 de novembro de 1963, o presidente norte-americano Lyndon Johnson nomeia uma comissão especial para investigar o assassinato do presidente John Fritzgerald Kennedy, ocorrido uma semana antes, em 22 de novembro, em Dallas, Texas.
Segundo suas memórias e relatos do biógrafo Doris Kearns Goodwin, Johnson sabia que teria de demonstrar uma forte liderança na esteira da trágica morte. Um de seus primeiros atos oficiais foi dar início a uma investigação. Johnson mais tarde escreveu que, nas semanas que se sucederam ao crime, a opinião pública norte-americana, e o próprio governo que agora chefiava, estava em estado de confusão e desorientação “como uma manada de bois presa num pântano”, conforme suas próprias palavras. Estava perfeitamente consciente de sua nova responsabilidade “num mundo que estava não mais que poucos minutos de uma catástrofe” e sabia que “o planeta inteiro seguia ansiosamente cada decisão que eu tomava”.
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Johson assume a Presidência dos EUA em voo do Airforce 1, ao lado da viúva de Kennedy, Jacqueline, duas horas após o assassinato
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Em 29 de novembro, Johnson emite a Ordem Executiva nº 1.1130, designando o presidente da Comissão de Investigação do Assassinato do Presidente Kennedy – referida comumente como Comissão Warren – o ministro da Justiça Earl Warren. No entanto, uma vez que o homem apontado como assassino do presidente, Lee Harvey Oswald, foi morto por Jack Ruby dois dias depois do assassinato, as supostas motivações que poderiam ter levado o suspeito a cometer o ato permanecerão para sempre nebulosas.
Durante o transcurso da investigação de quase um ano, a Comissão Warren analisou relatórios do FBI (Federal Bureau of Investigation, polícia federal norte-americana), do serviço secreto, do Departamento de Estado e da Procuradoria-Geral do Texas. Pesquisaram também a história pessoal de Oswald, sua afiliação política e registro militar. Além do mais, a Comissão Warren ouviu o depoimento de 552 testemunhas e viajou a Dallas diversas vezes para visitar o local onde Kennedy foi alvejado. A comissão concluiu que Oswald agiu sozinho e que o Serviço Secreto desleixou na preparação da visita de JFK a Dallas, tendo subsequentemente falhado em sua proteção pessoal.
As circunstâncias que cercaram a morte de Kennedy, porém, deram margem a diversas teorias de conspiração envolvendo tão disparatados suspeitos como “a Máfia”, “exilados cubanos”, “líderes militares” e até mesmo o presidente Johnson.
A conclusão da Comissão Warren que Oswald foi um “atirador solitário” não conseguiu satisfazer aqueles que foram testemunhas oculares do atentado e outros cuja pesquisa encontrou detalhes conflitantes no relatório da comissão.
Críticos do relatório da Comissão Warren acreditam que as conclusões de especialistas em balística e um filme privado de uma pessoa presente ao desfile insistem na teoria de que foram disparados três tiros, um dos quais do fuzil com mira telescópica de Oswald que provocou o ferimento fatal bem como ferimentos no governador do Texas, John Connally, que viajava no banco dianteiro, logo à frente de Kennedy, em carro aberto, enquanto passava pela praça Dealey.
Tão persistente foi a controvérsia que outra investigação congressual foi levada a efeito e concluída em 1979. Essa nova comissão concordou com a Comissão Warren, apontando Oswald como o homem que desferiu os tiros e as falhas do Serviço Secreto. Consentiu, porém, com a possibilidade da presença de outro atirador na cena do crime, mas não levou o assunto adiante.