Atualizado em 29/08/2017 às 15:54
O líder da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Yasser Arafat, é obrigado, em 30 de agosto de 1982, a deixar seu quartel-general localizado em Beirute, capital do Líbano, após mais de 10 anos.
Na verdade, Arafat se viu forçado a deixar o Líbano três meses após a invasão de Israel. As forças israelenses invadiram o país após a tentativa de assassinato do embaixador de Israel em Londres por dissidentes palestinos.
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O líder palestino Yasser Arafat morreu em 2004, em Paris, após quatro semanas de uma doença contraída após um jantar
A presumível intenção original do Exército israelense era varrer a guerrilha palestina baseada perto da fronteira norte de Israel, no entanto as tropas acabaram penetrando no país em direção a sua capital, Beirute.
A partida de Arafat foi resultado de um acordo para a evacuação da OLP de Beirute o que foi amplamente reconhecido como uma pesada derrota para os palestinos.
Milhares de palestinos que permaneceram em Beirute saudaram o líder Arafat quando deixava os escritórios da OLP em direção ao porto. Ao mesmo tempo, um contingente de mais de 2 mil soldados sírios também deixavam a capital libanesa. Eles tinham ocupado Beirute desde 1976 quando ali chegaram a fim de proteger os cristãos libaneses na guerra civil contra setores mais radicais dos palestinos e também contra ações de outras facções muçulmanas. A Síria tornou-se desde então a principal aliada da OLP em sua luta contra Israel.
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Parecia improvável que Arafat, dirigindo-se de navio para a Grécia assim que deixou o Líbano, pudesse encontrar algum outro governo árabe disposto a acolhê-lo depois da estada dele naqueles pais, de consequências calamitosas.
Ampla área da então bela e próspera cidade de Beirute, segundo o governo libanês, havia sido reduzida a escombros após sete anos de conflitos e guerra civil provocados pela presença de Yasser Arafat.
O poder de Arafat basearia a partir de então seu diminuído poder em seus partidários espalhados por diversos países do mundo árabe. De acordo com o plano de evacuação do Líbano, a maioria dos militantes da OLP partiria para Chipre e de lá se dispersariam para a Jordânia, Síria, Iraque, Sudão, Iêmen do Sul e do Norte, Tunísia e Grécia. O quartel-general, no entanto, se instalaria em Túnis.
Massacre de Sabra e Chatila
Em 16 de setembro de 1982, milícias cristãs apoiadas e estimuladas por Israel entraram em dois campos de refugiados palestinos em Beirute – Sabra e Chatila – e massacraram milhares de palestinos ao longo de três dias. O pretexto foi a vingança pelo assassinato do presidente-eleito Bashir Gemayel, quatro dias antes. O número estimado de vítimas fatais foi de 800 a 3.500 pessoas.
Anos de violências e retaliações transcorreram antes que acordos de autonomia parcial fossem assinados em 1993 e 1995 fossem assinados entre a OLP e Israel.
A Autoridade Nacional Palestina assumiu o controle das novas áreas autônomas – Gaza e Jericó – tendo Arafat sido eleito em 1996 como seu presidente.
O Exército de Libertação Palestino substituiu as tropas de Israel. Yasser Arafat morreu em novembro de 2004. Nas eleições que se seguiram, Mohamad Abbas foi juramentado como presidente palestino em janeiro de 2005, conclamando por um cessar-fogo entre Israel e os militantes palestinos.
Em 2006, o partido Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas. Desde junho de 2007, o partido assumiu efetivamente o controle da Faixa de Gaza, após confronto armado com o Fatah. O espaço aéreo e o acesso marítimo à Faixa de Gaza são atualmente controlados pelo Estado de Israel, que também ocupou militarmente o território entre junho de 1967 e agosto de 2005.