Atualizado em 22/09/2017 às 12h00
Isaac Stern, um dos grandes virtuoses do violino do século 20, morre em Nova York em 22 de setembro de 2001. O artista foi reconhecido pelas suas gravações, pela descoberta de novos talentos e por suas inolvidáveis turnês artísticas.
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Issac Stern foi um dos principais artistas do século XX
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Stern nasceu numa família judaica, em 21 de julho de 1920, em Kremenets, então Ucrânia soviética. Tinha 14 meses quando sua família se mudou para San Francisco, Estados Unidos.
Recebeu as primeiras lições de música de sua mãe. Em 1928, foi matriculado no San Francisco Conservatory of Music, onde estudou até 1931. Tomou aulas particulares com Louis Persinger. Retornou ao conservatório onde ficou mais cinco anos, estudando com Naoum Blinder, a quem deveu sua formação.
Em sua estreia pública em 18 de fevereiro de 1936, tocou o Concerto para Violino nº 3 em si menor de Camille Saint-Saëns com a Sinfônica de San Francisco sob a regência de Pierre Monteux.
Em 1940, Stern passou a apresentar-se com o pianista russo, Alexander Zakin, naturalizado norte-americano, cuja parceria prosseguiu até 1977. Refletindo sobre sua ascendência, Stern certa vez pilheriou, em plena Guerra Fria, que o intercâmbio artístico entre os Estados Unidos e a União Soviética era uma questão fácil de resolver: “Eles nos mandam seus judeus de Odessa e nós lhes mandamos nossos judeus que vieram de Odessa”.
Suas descobertas de jovens virtuoses incluem os violoncelistas Yo-Yo Ma e Jian Wang, e os violinistas Itzhak Perlman e Pinchas Zukerman.
Nos anos 1960, desempenhou papel central para salvar o Carnegie Hall de demolição, que mais tarde nomeou o seu principal auditório de Isaac Stern, em sua homenagem.
Entre suas memoráveis gravações encontram-se os concertos para violino de Brahms, Bach, Beethoven, Mendelssohn, Tchaikovsky e Vivaldi, além de composições modernas de Barber, Bartok, Stravinsky, Bernstein, Rochberg e Dutilleux. O concerto de Dutilleux L'arbre des songes foi um pedido do próprio Stern em 1985. Dublou também, em diversos filmes, atores sugerindo tocar violino, como em O Violinista no Telhado.
Em 1979, sete anos depois da célebre visita oficial de um presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, à China, a República Popular da China ofereceu a Stern e seu pianista David Golub um inédito convite para uma turnê pelo país. Em sua longa estada, colaborou com a Sinfônica Nacional Chinesa sob a direção do maestro Li De lun. Sua visita foi filmada no que resultou no Oscar de Melhor Documentário: From Mao to Mozart: Isaac Stern in China.
Dizia-se, por outro lado, que Stern valia-se de sua fama e influência para prejudicar as carreiras de outros violinistas e de ter tentado destruir o pianista Mordechai Shehori e outros. A mais específica e detalhada acusação foi feita em julho de 2014 pelo violinista Aaron Rosand de que Stern sabotou seu progresso após Rosand ter se recusado a estudar com ele.
Stern manteve vínculos estreitos com Israel. Começou a apresentar-se no país ainda em 1949. Em 1973, tocou para soldados israelenses feridos durante a Guerra do Yom Kipur. Durante a Guerra do Golfo de 1991 e o ataque dos mísseis Scud a Israel, tocou no Teatro Jerusalém. Durante sua execução soou a sirene do ataque aéreo, causando pânico na plateia. Stern decidiu subir no pódio do maestro tocando um movimnto de Bach. A assistência acalmou-se, despiu-se das mascaras de gás, mangtendo-se sentada o restante do concerto.