Atualizada em 19/04/2018 às 10:00
Em 20 de abril de 1506, o papa Júlio II lança a primeira pedra da construção da Basílica de São Pedro. Localizada no Estado do Vaticano é a maior e principal das igrejas do cristianismo. Cobre uma área de 23 mil m² e pode abrigar mais de 60 mil pessoas. Sua cúpula, característica dominante do horizonte de Roma, é adornada com 340 estátuas de santos, mártires e anjos. Situada na Praça de São Pedro, foi erguida com contribuições de alguns dos maiores artistas da história da humanidade, tais como Michelangelo, Rafael, Bernini e Bramante.
Sob o altar-mor da basílica estaria enterrado Pedro, um dos doze apóstolos de Jesus e considerado o primeiro papa.
A basílica, na qual são celebradas as mais importantes cerimônias da Igreja Católica, situa-se no terreno onde foi erguida pelo imperador Constantino, entre os anos 324 e 349, uma pequena igreja para ser vir de túmulo ao apóstolo. Neste mesmo local, antes existiu o Circo de Nero.
Inicialmente pojetada por Donato Bramante, a basílica seria erguida na forma de uma cruz grega, porém após sua morte, em 1514 o projeto foi modificado.
Uma comissão formada por Rafael, Fra Giocondo e Giuliano da Sangallo refez o projeto com uma cruz latina com três naves, sendo que no cruzeiro existiria uma cúpula que, localizada sobre o altar, se alinharia com a sepultura do apóstolo São Pedro.
Após a morte de Rafael, em 1520, novos arquitetos assumiram o projeto: Antonio da Sangallo, Baldassare Peruzzi e Andrea Sansovino.
Em 1527, Paulo III confiou a direção total da obra a Antonio da Sangallo, quem retomou algumas ideias de Bramante, levantando uma parede divisória entre a nova Basílica e a antiga, ainda em uso. Em 1546, com a morte de Sangallo, Paulo III confiou a Michelangelo a chefia da arquitetura. Responsável pela abside, pelo transepto e pela cúpula, Michelangelo deixou em 1564, ano de sua morte, o trabalho todo praticamente completo.
A sucessão no cargo de chefe da catedral foi desempenhada por Pirro Ligorio e Giacomo da Vignola, que completaram a cúpula durante o papado de Sisto V. Mais tarde, sobre a cúpula de 42 metros de diâmetro, Domenico Fontana construiu em 1593 o lanternim e a cruz, elevando o edifício a 138 metros de altura. O interior da basílica foi preenchido com muitas obras-primas do Renascimento e do Barroco, entre elas a Pietá de Michelangelo e as colunas de Bernini no baldaquino central (na foto abaixo).
O interior da cúpula foi decorado com composições de mosaicos formando uma figura que ilustra os círculos angelicais do céu. A basílica foi concluída por Carlo Maderna em 1612, resultando numa monumental obra com a nave principal de 187 metros de comprimento.
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Localizada na Praça de São Pedro, estrutura foi erguida com contribuições de célebres artistas como Michelangelo, Rafael, Bernini e Bramante
Cúpula
A cúpula da catedral tornou-se um marco no estudo de engenharia de estruturas. Para reforçar sua estrutura foi elaborado o primeiro cálculo estrutural conhecido. A cúpula apresentava uma concepção conservadora. De forma hemisférica seria formada por quatro grandes arcos de 26 metros de vão e 46 metros de altura, sustentada por quatro grandes pilares ainda hoje existentes.
O primeiro a realizar alguma modificação foi Sangallo, quem reprojetou a cúpula mudando-a de hemisférica para a forma obtida com a revolução de um arco segmentado e aumentando a altura da cúpula em nove metros.
Após Sangallo, Michelangelo assume, responsável pela grande maioria dos detalhes e esquemas estruturais existentes até hoje. Trouxe novamente a cúpula para a forma hemisférica, porém projetada com duas camadas estruturais que a tornavam mais sólida. Além disso, os pilares sofreram novos reforços. Vinte e cinco anos após a morte de Michelangelo, Giácomo della Porta e Domenico Fontana concluíram a cúpula.
Em 1740, a cúpula passou a apresentar fissuras e desgastes que ameaçavam sua segurança. Grande número de especialistas foi consultado, dentre eles Giovanni Poleni e uma solução de reforço se tornou emergencial.
Poleni, com o auxílio da literatura da época e com experimentos, como o emprego de catenárias, conseguiu determinar os esforços horizontais gerados pela cúpula e garantir a segurança da estrutura. Mais tarde, em 1742, buscando uma maior segurança, mandou instalar cinco anéis de ferro adicionais, obra executada por Luigo Vanvitelli.
A Basílica de São Pedro é uma das quatro basílicas patriarcais ao lado da Basílica de São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros. Contrariamente à crença popular, São Pedro não é uma catedral, uma vez que não é a sede de um bispado. Embora a Basílica de São Pedro não seja a sede oficial do Papado, que fica na Basílica de São João de Latrão, certamente é a principal igreja usada pelos papas devido à sua dimensão, à proximidade com a residência do Papa e a localização privilegiada no Vaticano.