Indira Gandhi, primeira-ministra da Índia, é julgada culpada, em 12 de junho de 1975, por corrupção eleitoral em sua bem-sucedida campanha de 1971. A despeito de pedidos para sua renúncia, Indira recusou-se a deixar a chefia de governo. Mais tarde, decretou a lei marcial no país quando demonstrações públicas ameaçaram derrocar seu governo.
Gandhi era filha de Jawaharlal Nehru, o primeiro premiê da República da Índia independente. Tornou-se uma figura política nacional em 1955, quando foi eleita para a Comissão Executiva do Partido do Congresso.
Mandato de Indira Gandhi na liderança da Índia
Em 1959, exerceu a presidência do partido e, em 1964, foi indicada para um importante posto sob o governo do primeiro ministro Lal Bahadur Shastri. Em janeiro de 1966, falece Bahadur Shastri e Indira torna-se chefe do Partido do Congresso e nessa condição passa a ser primeira-ministra da índia.
Logo depois de chegar à chefia do governo como a primeira mulher a exercer tal cargo, foi desafiada pela facção de direita do Partido do Congresso e nas eleições de 1967 ganhou por estreita margem o que a obrigou a governar em coalizão com um sub primeiro-ministro.
Em 1971, porém, foi reeleita, obtendo uma estrondosa vitória eleitoral sobre a oposição, tornando-se a indiscutível líder de toda a Índia. Nesse ano, ordenou a invasão do Paquistão em apoio à criação de um novo Estado, o Bangladesh, com o que granjeou uma enorme popularidade, levando o Novo Partido do Congresso a uma esmagadora vitória nas eleições nacionais de 1972, especialmente convocadas.
Durante os anos subsequentes, governou em meio a crescente descontentamento popular decorrente de escassez de alimentos, inflação e disputas regionais.
Sua administração foi criticada pelas táticas repressivas ao tratar desses problemas. Paralelamente, acusações do Partido Socialista de que Indira havia fraudado a eleição de 1971 provocaram um escândalo nacional.
Em 1975, a Alta Corte de Allahabad condenou-a por uma infração eleitoral menor, banindo-a da política por seis anos. Em resposta, decretou o estado de emergência em toda a Índia, prendendo milhares de opositores políticos e restringindo as liberdades individuais.
Entre os diversos programas polêmicos no decorrer desse período se destaca a esterilização forçada de homens e mulheres como meio de controlar o galopante crescimento populacional.
Em 1977, tiveram lugar as longamente adiadas eleições nacionais e Gandhi e seu partido foram varridos do governo. No ano seguinte, os partidários de Gandhi romperam com o Partido do Congresso formando o Partido (I) do Congresso, com o “I” significando “Indira”.
Em 1978, ficou presa por um breve período por corrupção oficial. Em 1979, divisões internas no Partido Janata, que estava no poder, levaram ao colapso do governo. Novas eleições tiveram lugar em janeiro de 1980 e o Partido (I) do Congresso, com Indira à frente, conquistou novamente a Câmara Baixa do parlamento indiano em uma surpreendente guinada em sua vida política.
Gandhi, perfilhada pelos indianos que valorizavam sua forte liderança, tornou-se novamente primeira-ministra. Os casos judiciais contra ela foram em seguida sustados.
No começo dos anos 1980, diversos estados regionais intensificaram seus reclamos por uma maior autonomia de Nova Delhi. O movimento secessionista Sikh na região de Punjab recorreu à violência e ao terrorismo.
Em 1984, os líderes sikhs estabeleceram sua base no sagrado Templo Dourado de Amritsar. Indira respondeu, enviado o exército para desocupá-lo e centenas de sikhs foram mortos nessa investida militar.
Em represália, membros sikhs da própria guarda pessoal de Indira abateram-na nos jardins de sua casa, em 31 de outubro de 1984. Indira Gandhi foi sucedida pelo seu filho, Rajiv Gandhi.