O 53º Fórum Econômico Mundial de Davos se encerra nesta sexta-feira (20). Pela primeira vez em anos, a crise climática não foi uma das principais preocupações do encontro, mas a determinação de alguns participantes fez o tema figurar na agenda do evento, mesmo sem ser convidado, entre eles, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres e a ativista climática sueca Greta Thunberg.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, acusou as gigantes do petróleo de terem “vendido a grande mentira” ao esconder as informações que tinham sobre o aquecimento global.
Para Antonio Guterres, os produtores de combustíveis fósseis sabiam desde a década de 1970 que seu principal produto iria “queimar nosso planeta”. E mesmo assim continuam “lutando para aumentar a produção, quando sabem que é incompatível com a sobrevivência da humanidade”, denunciou o chefe da ONU que pediu uma ação legal contra as companhias petrolíferas.
COP28: a nomeação que chocou o mundo
A acusação seguinte veio do ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ativista climático, Al Gore, que denunciou a falta de ambição dos líderes políticos. O fracasso absoluto, segundo ele, é a nomeação do sultão Ahmed al-Jaber, chefe da petrolífera Abu Dhabi National Oil Company (ADNOC), dos Emirados Árabes Unidos, como presidente da 28ª Conferência do Clima (COP28).
“Ainda que ele seja simpático e inteligente, o conflito de interesses mina a confiança, em um momento em que os ativistas acusam os que estão no poder de não fazerem seu trabalho”, disse Al Gore. “Não podemos deixar que as empresas petrolíferas e os estados ditem seu ritmo”, disse exasperado.
Kate Moody / Twitter
As ativistas Vanessa Nakate [Uganda] e Greta Thunberg [Suécia] tiveram destaque durante o Fórum de Davos
Greta Thunberg mobilizada contra os combustíveis fósseis
Uma indicação absurda para a ativista Greta Thunberg que veio a Davos, mas falou fora do recinto do centro de convenções, cercado de forte segurança.
A jovem sueca pediu uma pressão pública maciça contra os combustíveis fósseis e anunciou uma petição para acabar com a exploração deste tipo de energia por multinacionais. Um texto que já contava com mais de 910 mil assinaturas na quinta-feira (19/01), no início da tarde.
Nesta sexta-feira, ela e outros jovens militantes pelo clima participaram de uma pequena manifestação, para acusar a elite mundial, reunida para o Fórum Econômico, de não fazer o suficiente para diminuir as emissões de gases de efeito estufa.
I am at the World Economic Forum in Davos. Together with @GretaThunberg , @luisaneubauer and @SumakHelena we wrote an open letter to fossil fuel CEOs. We call on them to end the fossil expansion. Over 850k people have already signed. #ClimateJusticeNow https://t.co/G6fU16wyaM
— Vanessa Nakate (@vanessa_vash) January 18, 2023
Thunberg acusou, na quinta-feira, o evento de reunir “as pessoas que mais alimentam a destruição do planeta” para ouví-las.