O desmatamento continua alto na Amazônia. Em setembro, a estimativa é que 802 quilômetros quadrados (km²) foram derrubados em 30 dias, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (06/11) pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, organização que realiza o monitoramento independente da cobertura florestal na Amazônia Legal.
Houve um aumento de 80% de desmatamento em relação ao mesmo mês de 2018, quando foram derrubados 444 km². É o segundo mês consecutivo que os satélites indicam aumento no desmatamento no novo “Período Prodes”. Explica-se: o desmatamento na Amazônia é medido sempre entre julho de um ano e agosto do ano seguinte. Em agosto, o primeiro mês, houve alta de 63% em relação a agosto de 2018. No segundo mês, o aumento foi ainda mais acentuado.
“Os meses iniciais da estação de desmatamento são os que geralmente mais contribuem para a taxa anual de desmatamento. Portanto, é importante impor um controle mais intenso nesse período. A área de alerta de desmatamento detectada pelo SAD de agosto a setembro de 2019 aponta um aumento de 71% em relação ao mesmo período no ano anterior. Isso significa que o ritmo do desmatamento está maior no início dessa nova estação”, explica Carlos Souza, coordenador do SAD.
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Ainda segundo o SAD, o Pará foi o estado que desmatou em setembro. Mais da metade (53%) da derrubada de florestas ocorreu no Pará, seguido de Rondônia (13%), Amazonas (11%), Acre (11%), Mato Grosso (10%) e Roraima (2%).
Wikicommons
Houve um aumento de 80% de desmatamento em relação ao mesmo mês de 2018, quando foram derrubados 444 km²
A Reserva Extrativista Chico Mendes (AC), a Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu (PA) e a Reserva Extrativista Jaci Paraná (RO) lideram o ranking de Unidades de Conservação mais desmatadas em setembro. As terras indígenas Apyterewa, Cachoeira Seca do Iriri e Ituna/Itatá, todas no Pará, estão no topo das que mais perderam área florestal no mês.