Segunda-feira, 16 de junho de 2025
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O furacão Ian passou pelo oeste de Cuba na terça-feira (27/09) sem causar vítimas, mas deixando para trás inúmeras cenas de destruição, antes de seguir para a Flórida, nos Estados Unidos, onde residentes e autoridades estão em alerta para um fenômeno natural “extremamente perigoso”.

O furacão Ian, que chegou nas primeiras horas da manhã (hora local) na província de Pinar del Rio, no oeste de Cuba, e passou na terça-feira (27/09) à tarde, a 375 quilômetros de Sarasota, na Flórida, movendo-se com ventos constantes de 195 km/h.

Até o momento não foram relatadas vítimas, segundo as autoridades cubanas, mas os ventos fortes e as chuvas fortes persistiram na parte ocidental da ilha, onde o furacão deixou várias comunidades em desespero.

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Na estrada para San Juan y Martinez, a 190 km de Havana, a província de Pinar del Rio, onde se encontra a maior parte das plantações de tabaco do país, foi duramente atingida. As culturas foram inundadas, as árvores arrancadas e os fios elétricos ficaram expostos.

A operadora nacional de eletricidade Union Eléctrica também declarou um corte geral de energia elétrica em toda a ilha.

O estado norte-americano da Flórida está a apenas uma curta distância no caminho do furacão. O Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) advertiu que o furacão de categoria 3 se aproximava da costa oeste da Flórida como um “furacão intenso e extremamente perigoso”. 

“É uma grande tempestade”, declarou nesta quarta-feira (28/09) o governador da Flórida Ron DeSantis durante uma coletiva com a imprensa. Ele advertiu que Ian poderia chegar nos Estados Unidos como furacão de categoria 5, a mais alta na escala Saffir-Simpson que mede a força deste fenômeno metereológico. 

Fenômeno natural não causou vítimas na ilha, mas energia elétrica foi cortada; agora furacão segue para os Estados Unidos, onde residentes e autoridades estão em alerta

NASA

Até o momento não foram relatadas vítimas, segundo autoridades cubanas

Estado de emergência na Flórida

Nos jardins públicos de Miami, visitados pelo correspondente da RFI, David Thomson, a prefeitura deixou montes de areia à mão, para que os habitantes possam encher sacos para se proteger das enchentes que provavelmente acompanharão Ian.

Sem camisa e com sua pá, Aron, na casa dos 30 anos, enche freneticamente diversos sacos. O grande furacão ainda não chegou, mas está chovendo continuamente há dois dias e a água já está subindo em frente à sua casa, na praia. “Minha entrada está começando a ser inundada, por isso estou tentando manter a água fora da minha garagem”, disse à RFI.

Ao lado dele, Freddie também vem encher sacos de areia, mas para sua avó. “Ela está ficando preocupada porque a rota do furacão é incerta. Quando eu me ofereci para ajudá-la ontem, ela disse que não. E hoje ela mudou de idéia! O furacão está se deslocando um pouco para o leste, por isso vai ser pior do que o esperado aqui”, declarou.

Freddie tem idade suficiente para se lembrar do Furacão Andrew, que devastou Miami em 1992, então leva a ameaça a sério. “O furacão Andrew destruiu o sul de Miami. Foi um furacão de Categoria 5. Vai ter muita água, muitas enchentes, só espero que os telhados não explodam”.

O estado de emergência foi declarado em toda a Flórida e as autoridades aceleram os preparativos. E o conselho do governador da Flórida é simples: “não entre em pânico, mas prepare-se o máximo possível”.

“Em algumas áreas, haverá inundações catastróficas e tempestades mortais”, advertiu Ron DeSantis. Ele pediu aos residentes que se abastecessem e se preparassem para apagões, enquanto mobilizava 7.000 membros da Guarda Nacional.

O presidente dos EUA, Joe Biden, aprovou uma ajuda federal de emergência para 24 dos 67 condados da Flórida.