O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta segunda-feira (26/08) que a possibilidade de definir um “status internacional” para a Floresta Amazônica é uma caminho aberto que poderá prosperar nos próximos anos. As declarações do mandatário vêm após o aumento dos incêndios na floresta sul-americana e uma crise diplomática aberta pelo governo do presidente Jair Bolsonaro que rebateu falas anteriores de Macron sobre os perigos do desmatamento.
“Ele [Jair Bolsonaro] deseja ser respeitado como ator nesse jogo, mas acredito que ele tem consciência desse tema – em todo caso, eu prefiro ter essa esperança. Não é hoje que vamos decidir nada sobre isso,m as é um tema que permanece aberto e continuará a prosperar, nos próximos meses e anos”, disse o presidente durante reunião do G7 em Biarritz, na França.
O mandatário francês ainda lembrou que “associações, ONGs e atores internacionais, inclusive jurídicos, questionaram em diversos anos se era possível definir um status internacional para a Amazônia”.
Macron reiterou que tal discussão não estava na pauta desta cúpula do G7, mas não deixou de questionar “se um Estado soberano tomasse de maneira clara e concreta medidas que se opõem ao interesse de todo o planeta? Então, aí haveria todo um trabalho jurídico e político a ser feito”.
Presidência da República da França
Em reunião do G7, Macron afirmou que se um Estado soberano prejudicasse o planeta inteiro, ‘haveria todo um trabalho jurídico a ser feito’
20 milhões de dólares
Durante reunião do G7, que começou no último sábado (24/07) e terminou nesta segunda-feira, os países participantes anunciaram a pretensão de disponibilizar US$ 20 milhões (cerca de R$ 91 milhões) para serem usados em ações de combate a queimadas e incêndios na Amazônia.
A soma deve ser enviada “imediatamente” aos países afetados. Uma nova ajuda financeira pode ser disponibilizada “em médio prazo” para “um plano de reflorestamento”. Os líderes do G7, que estão reunidos em Biarritz, na França, para sua reunião anual, também teriam concordado em enviar aviões Canadair para combater os incêndios na Amazônia.
O assunto foi endossado pelo anfitrião Emmanuel Macron, que na semana passada começou a fazer apelos pelo fim das queimadas na Amazônia. A falta de ações do Brasil, ao menos no início dos incêndios, e a troca de ofensas entre o presidente Jair Bolsonaro e Macron abriram uma crise entre os dois países.
O presidente francês disse nesta segunda-feira, ao ser questionado sobre os ataques do presidente Jair Bolsonaro, que zombou da primeira-dama Brigitte Macron em um comentário no Facebook, que o brasileiro não está à altura do cargo que ocupa.
O francês disse que os brasileiros “merecem um presidente que esteja à altura do cargo” e classificou como “triste” o fato de ministros do governo Bolsonaro estarem insultando líderes estrangeiros.