Os planos de expansão da fabricante de carros elétricos Tesla em Brandemburgo, no leste da Alemanha, põem em risco os recursos hídricos da região, aponta a associação responsável pelo abastecimento de água e esgoto no estado.
Segundo a Wasserverband Strausberg-Erkner (WSE), a vedação e construção de uma área aproximada de um milhão de metros quadrados afetará a formação de novas águas subterrâneas. Além disso, a expansão demandaria um novo rebaixamento do lençol freático, com a extração de aproximadamente 61 mil metros cúbicos de água, com impactos sobre o fornecimento de água potável – realidade que a Tesla precisa levar em conta nos seus planos de expansão, argumenta a WSE.
Expansão elevaria capacidade produtiva a um milhão de carros por ano
O megaempreendimento do bilionário Elon Musk na cidade de Grünheide, nos arredores de Berlim, está em operação desde março do ano passado.
A empresa quer dobrar a capacidade atual de produção, saindo de meio milhão para um milhão de carros por ano, expandindo também o número de funcionários dos atuais 11 mil, aproximadamente, para 22,5 mil. Hoje, a Tesla fabrica cerca de 250 mil veículos por ano.
Jens Kalaene/dpa
A megafábrica, ou "gigafactory", da Tesla em Grünheide, Brandemburgo.
Ativistas ambientais são críticos aos planos de Musk porque a fábrica está instalada em uma área de proteção hídrica – e Brandemburgo, contraditoriamente famosa pelos lagos e pântanos, tornou-se uma das regiões mais secas da Alemanha, com diversas cidades introduzindo regras restritivas ao uso de água de rios e lagos.
A WSE, a quem cabe se posicionar em assuntos de gestão hídrica em nome do interesse público, prepara um segundo parecer sobre a expansão da Tesla.
Para Tesla, não há motivo para preocupação
No processo de licenciamento ambiental da expansão da fábrica, a Tesla argumenta que “qualquer precipitação sobre a área em questão será infiltrada no local, contribuindo para a formação de águas subterrâneas”.
A companhia americana alega ainda que a área coberta com uma floresta de pinheiros antes da construção da fábrica permitiria, no máximo, uma pequena renovação de águas subterrâneas, enquanto o estabelecimento da fábrica possibilitaria a infiltração de toda a água da chuva que cai nas áreas pavimentadas. A empresa também sustenta que a expansão não deve aumentar a demanda por água.