O governo português disse nesta segunda-feira (06/02) que está pronto para enviar uma equipe de 140 bombeiros para ajudar o Chile a combater os incêndios florestais que atingem o país e deixaram ao menos 24 mortos e mais de 1.182 feridos. As chamas se espalharam por três regiões no sul do país, fortemente atingidas pelas altas temperaturas e a seca.
“Nós já comunicamos ao mecanismo europeu (de proteção civil) a disponibilidade de aproximadamente 140 elementos de diferentes corporações e serviços”, declarou à mídia portuguesa o ministro do Interior, José Luis Carneiro, expressando “solidariedade” com as vítimas e os socorristas chilenos.
Lisboa espera agora pela resposta de Santiago sobre sua capacidade para acolher o contingente composto de bombeiros e efetivos da Força Especial de Proteção Civil da Polícia, precisou o ministro, citado pela agência Lusa.
Portugal é regularmente atingido por incêndios florestais, tendo muitas vezes que pedir ajuda internacional.
Cinco bombeiros chilenos morreram em Portugal em 2006, enquanto combatiam o fogo no centro do país. Eles trabalhavam para uma sociedade privada criada pela indústria de papel para proteger suas florestas.
Estado de catástrofe declarado
Na tarde deste domingo (05/02), 260 focos ainda estavam ativos e milhares de hectares já tinham se transformado em cinza. O estado de catástrofe foi declarado em toda a região de Biobío, no centro do Chile.
O fogo foi agravado pelos ventos fortes e temperaturas superiores a 40°C, que devastaram em cinco dias aproximadamente 270.000 hectares, destruindo 1.081 casas, de acordo com as autoridades chilenas.
Esteban Ignacio/Flickr
Portugal é regularmente atingido por incêndios florestais, e também já pediu ajuda internacional
Como o fogo avança rapidamente, os moradores muitas vezes têm apenas tempo de recolher alguns pertences antes de abandonar suas casas correndo para escapar das chamas. Mais de 13 escolas foram destruídas e centenas de pessoas realojadas.
O governo chileno anunciou a prisão de 10 pessoas suspeitas de terem causado uma parte dos incêndios. O presidente Gabriel Boric suspendeu suas férias e participou, no domingo, do velório de um bombeiro voluntário na cidade de Coronel, na província de Concepción, a 510 km ao sul de Santiago, e visitou as regiões atingidas.
“Existem incêndios que mostram que certos incêndios foram provocados por queimadas não autorizadas. É estritamente proibido queimar detritos ou restos agrícolas sem autorização”, alertou Boric. O escritório nacional chileno de florestas indica que em 99% dos casos, a atividade humana é a causa dos incêndios florestais: manipulação imprudente do fogo, práticas agrícolas inadequadas ou incêndios criminosos.
Ajuda internacional
Há algumas semanas, um enorme incêndio destruiu uma parte da cidade de Viña del Mar, no litoral do país. Os habitantes acusam o setor imobiliário de ter provocado o fogo para posteriormente ter acesso aos terrenos e construir.
Para enfrentar estes incêndios, o Chile recebe ajuda internacional. A Espanha, os Estados Unidos, o México e vários países da América do Sul apoiam enviando pessoal e, em certos casos, material, helicópteros e aviões.
O presidente francês, Emmanuel Macron, também reagiu no Twitter declarando que “o povo chileno pode contar com o apoio da França para lutar contra esta calamidade”.